SÃO PAULO - O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central deve interromper nesta quarta o ciclo de altas dos juros, que vem desde setembro do ano passado, e manter a taxa em 19,75% ao ano. Essa é a percepção de grande parte do mercado após as divulgações de indicadores que mostraram a desaceleração da inflação.
A taxa básica de juros (Selic) brasileira está em 19,75% ao ano. Desde setembro do ano passado, já subiu 3,75% pontos percentuais.
Para Sílvio Campos Neto, economista-chefe do banco Schahin, os novos dados de inflação, "sem dúvida", vão influenciar a decisão do Copom, que será divulgada no início da noite desta quarta-feira.
"Não há motivo para manter o aperto da política monetária", diz Campos Neto, que defende a manutenção dos juros.
Na avaliação do economista, a persistência da inflação, citada nas atas do Copom como justificativa para os aumentos dos juros, "foi quebrada".
Três indicadores divulgados na semana passada apontaram recuo da inflação e até mesmo queda nos preços. O mais importante deles, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE), que serve de parâmetro para as metas do governo, desacelerou para 0,49% em maio --menor taxa em sete meses. Em abril havia apresentado alta de 0,87%.
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