BRASÍLIA - Brasil e Israel fecharam neste domingo um acordo formal que estabelece princípios para um diálogo político permanente e para a troca de informações entre os dois países. A decisão consta de um memorando assinado pelo ministro de Assuntos Exteriores israelense, Silvan Shalom, e pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, que encerrou nesta segunda-feira visita de três dias a Israel. Celso Amorim foi o primeiro chanceler brasileiro a visitar Israel nos últimos dez anos.
No encontro, os chanceleres também discutiram a posição do Brasil nas votações da Organização das Nações Unidas (ONU) no que diz respeito à Israel. Segundo relatou a assessoria do Itamaraty, o ministro israelense pediu que o Brasil não vote muitas vezes contra o país. Ele respondeu que o Brasil não vota contra Israel, mas de acordo com os princípios que defende, de não intervenção e auto-determinação dos povos.
Shalom também sinalizou que considera o Brasil um possível candidato a uma vaga no Conselho de Segurança da ONU. Segundo o Itamaraty, Amorim acredita que o Brasil tem condições de exercer um papel mais ativo no processo de paz entre palestinos e israelenses, pois tem acesso aos dois lados do conflito.
Durante a visita a Jerusalém, o ministro visitou o Museu do Holocausto (Yad Vasgen) e participou de homenagens em memórias aos seis milhões de judeus assassinados por nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Em seguida, o chanceler foi recebido pelo presidente de Israel, Mosche Katsav. Eles conversaram principalmente sobre o processo de paz israelo-palestino, após a vitória de Mahmoud Abbas nas eleições presidenciais palestinas de janeiro.
Outro objetivo da visita de Celso Amorim a Jerusalém foi discutir a ampliação de acordos econômicos com Israel e a promessa brasileira de iniciar o processo para um futura parceria israelense com o Mercosul. Os temas foram tratados durante o encontro de Amorim com o ministro da Indústria e Comércio, Ehud Olmert.
Nos últimos dois anos, houve um aumento significativo do intercâmbio comercial entre Israel e Brasil. O comércio bilateral subiu de US$ 505 milhões em 2003 para US$ 715 milhões em 2004, um incremento de mais de 40% em um ano. No ano passado, o Brasil foi o segundo maior parceiro comercial de Israel nas Américas
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