RIO DE JANEIRO - O Brasil pode ampliar as exportações para a Europa e receber, como contrapartida, mais investimentos europeus com a queda de tarifas decorrente de um acordo entre o Mercosul e a União Européia, que pode ser assinado até junho. Outra perspectiva de aumento das exportações para a Europa tem como base a desvalorização do real frente ao euro, o que aumentou a competitividade dos produtos brasileiros naquele continente. A análise foi feita pelo embaixador do Brasil na França, Sérgio Amaral.
A valorização do euro tem gerado um processo de transferência de investimentos europeus para outras regiões do mundo, como a China e também o Brasil. A embaixada, disse Amaral, está trabalhando para criar condições para atrair esses investimentos. Amaral destacou a assinatura de acordo entre a Agência de Promoção das Exportações (Apex), do governo brasileiro, e a agência francesa de promoção à exportação para apoiar esforços bilaterais nesse sentido.
Com o apoio da embaixada e de algumas empresas brasileiras, Sérgio Amaral comunicou a criação da Associação França/Brasil naquele país. A entidade será o embrião de uma Câmara de Comércio Franco/Brasileira na França, visando atrair empresas brasileiras para aquele mercado. A associação dará também um componente de promoção comercial e de turismo ao Ano Cultural de 2005, segundo o embaixador.
No dia 5 de abril, o embaixador discutirá na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) como é possível transformar o ano cultural em oportunidades também de promoção do comércio e do turismo. Segundo Amaral, a idéia é "trabalhar" o Brasil nas diferentes regiões francesas e não apenas concentrando esse esforço em Paris, como é usualmente feito. Ele informou que isto pode ser feito por meio da realização de semanas do Brasil nos grandes magazines e semanas gastronômicas brasileiras nos hotéis da rede Accor, além de seminários de investimento.
O acordo que deverá ser fechado este ano entre o Mercosul e a União Européia poderá alavancar os investimentos franceses no Brasil, que totalizaram US$ 10 bilhões de 1998 a 2002, informou Amaral.
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