Lucro do Bradesco cresce 14% para R$ 2,3 bilhões

Valor On Line

Atualizada em 27/03/2022 às 15h08

SÃO PAULO - A redução da inadimplência, os ganhos da tesouraria com a recuperação da carteira de títulos e o crescimento da receita de serviços, seguros, previdência e capitalização explicaram o aumento de 14% do lucro líquido do Bradesco no ano passado. O lucro passou de R$ 2,023 bilhões em 2002 para R$ 2,306 bilhões em 2003.

Foi um lucro líquido recorde para o banco, disse o presidente Márcio Cypriano, que comemorou a expansão no varejo propiciada pelas aquisições do exercício das operações brasileiras do espanhol Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) e do Banco Zogbi. No quarto trimestre, o lucro líquido deu um salto de 26,8% para R$ 715 milhões. Mas, o maior lucro de um banco brasileiro continua sendo o de R$ 2,736 bilhões, registrado pelo Banespa em 2002, que corre o risco de ser superado neste ano pelo Itaú, com R$ 2,298 bilhões acumulados até setembro.

As ações preferenciais do Bradesco subiram 2,85% para R$ 14,80 o lote de mil, ontem, dia em que a Bovespa caiu 0,3%. O analista Paul Tucker, da Merrill Lynch, notou a contribuição significativo para o resultado do quarto trimestre da venda da participação do banco na Latasa, com impacto bruto de R$ 195 milhões, neutralizado em parte pela amortização de R$ 1,035 bilhão de ágios pagos em aquisições, dos quais R$ 799 milhões antes do previsto.

O patrimônio do Bradesco cresceu mais do que o lucro, 24,9%, para R$ 13,547 bilhões, de modo que a rentabilidade ficou em 17%, menos do que os 18,7% de 2002. O patrimônio foi reforçado com a emissão de US$ 500 milhões em dívida subordinada, em outubro, e o ganho de R$ 479 milhões com a marcação a mercado de títulos disponíveis para a venda.

Para este ano, Cypriano espera um retorno semelhante, na faixa de 17% a 18%, embora projete uma expansão bem maior do crédito. O aumento das operações, explicou, será em parte neutralizado pela redução dos juros e dependerá da evolução da economia. A taxa básica (Selic) deve terminar o ano em 13,5%, em comparação com 16,5% agora, segundo o departamento de pesquisas do banco, que projeta uma expansão do PIB de 3,8%.

O Bradesco pretende, neste ano, aumentar de 22% a 25% o crédito, bem mais do que os 7% registrados em 2003, que levaram a carteira de R$ 50,8 bilhões para R$ 54,336 bilhões. O banco esperava aumentar a carteira ao redor de 10% no ano passado, mas o fraco desempenho econômico inibiu a demanda, explicou Cypriano. "O crédito em consignação foi uma decepção", afirmou. E o microcrédito, também foi tímido.

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