Bovespa encerra negócios com alta de mais de 3% e novo recorde

Globo On Line

Atualizada em 27/03/2022 às 15h09

SÃO PAULO - As ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) dispararam no pregão desta segunda-feira e levaram a bolsa a bater novo recorde. O Índice Bovespa fechou em alta de 3,74% e atingiu a marca inédita de 24.349 pontos. Com isso, a bolsa contabiliza alta de 9,5% em janeiro. O volume financeiro foi expressivo, totalizando R$ 1,28 bilhão. Mesmo com o fluxo cambial positivo, o dólar comercial fechou em alta de 0,17% nesta segunda-feira, cotado a R$ 2,844 na compra e R$ 2,846 na venda.

Apesar do volume de negócios reduzido, o Banco Central fez dois leilões de compra, com os quais recolheu o excedente de dólares ofertados pelos bancos. Com isso, o BC impediu uma provável baixa da cotação. Com as compras desta segunda, o BC completou 21 intervenções no mercado à vista desde o dia 8, quando iniciou a operação para recomposição das reservas cambiais do país. Desde então, a instituição não ficou nenhum dia sem comprar dólares, em maior ou menor volume.

As compras desta segunda teriam ficado abaixo de US$ 50 milhões. Nas duas operações, o BC comprou dólares por até R$ 2,843. Somente na segunda compra, à tarde, o dólar abandonou a estabilidade com que vinha operando. - O mercado já se acostumou à presença do BC, que vem mostrando estar atento aos fluxos. Hoje, a ausência do BC é que causaria estranhamento - disse um gerente de mesa de um banco nacional. Segundo o profissional, a redução da liquidez é tida como normal para um mês de janeiro, que tradicionalmente movimenta menos recursos. Mas o fluxo cambial se mantém positivo, graças às captações externas e às exportações. Nesta segunda, a Secretaria de Comércio Exterior informou que a balança comercial teve superávit de US$ 609 milhões na quarta semana de janeiro, levando o acumulado do mês para US$ 1,26 bilhão.

AÇÕES - Alguns setores específicos ajudaram a puxar a bolsa, como as ações das empresas de telecomunicações. Em média, esses papéis subiram 5,5%. A liderança ficou com Telesp Celular Participações PN, que subiu 15,8% no fechamento dos negócios. Parte das altas desse setor se deve à expectativa dos resultados financeiros do quarto trimestre de 2003. Telemar PN, carro-chefe da bolsa, subiu 2,81%.

- Não há uma notícia maravilhosa que tenha levado a bolsa a essa alta, mas talvez uma reversão do mau humor com alguns setores, como o elétrico, que vinha amargando perdas - disse Gustavo Alcantara, do Banco Prosper.

Entre as maiores altas do Ibovespa, depois de Telesp Celular, ficaram com Cemig PN e Tele Leste Celular PN, que subiram 9,1% e 9%, respectivamente. No setor elétrico, a expectativa é com a votação da medida provisória do novo modelo do setor, prevista para quarta-feira. JUROS - As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) tiveram pequenas oscilações nesta segunda-feira. Antes de assumir posições mais firmes, os investidores aguardam a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Na última quarta-feira o comitê pegou o mercado de surpresa ao manter inalterada a taxa básica de juros da economia, a Selic. Praticamente todo o mercado esperava um pequeno corte na taxa, de 16,50% ao ano. A ata, a ser divulgada na quinta-feira, vai detalhar os motivos que levaram os diretores do BC a interromper os cortes da Selic. Apesar da frustração com a manutenção da taxa, ganha força entre os investidores a percepção de que a parada técnica do Copom deverá ser breve. As projeções de curto prazo fecharam em leve alta, enquanto as mais longas fecharam em sentido oposto. O Depósito Interfinanceiro (DI) de julho, o mais negociado, terminou o dia com taxa de 15,88% ao ano, contra 15,90% do fechamento de sexta-feira. O DI de abril subiu de 16,13% para 16,16% anuais.

RISCO - O C-Bond chegou ao fim do dia sem maiores oscilações: registrou ligeira queda, de 0,10%, cotado a 101,30% do valor de face. Já o risco-Brasil não se mexeu: ficou em 429 pontos centesimais, mesmo patamar da última sexta-feira.

BLACK - O dólar paralelo negociado em São Paulo fechou em baixa de 0,33%, cotado a R$ 2,94 na compra e R$ 3,01 na venda. No Rio, o paralelo fechou estável, a R$ 2,78 na compra e R$ 2,88 na venda. Dólar turismo também não variou, terminando o dia a R$ 2,82 e R$ 2,93 na compra e venda, respectivamente.

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