FOLHA - A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) de manter a taxa básica de juros em 16,5% está se refletindo hoje no mercado financeiro.
O risco Brasil está em alta de 2,59%, aos 435 pontos. Na BM&F, os contratos de juros para fevereiro e julho sobem 2,39% e 3,44%, respectivamente. A Bovespa deve abrir em baixa. O contrato de Ibovespa para fevereiro está em queda de 3,09%.
O dólar abriu em alta de 0,35%, cotado a R$ 2,855. Ontem, a moeda americana fechou em pequena alta de 0,21%, vendida a R$ 2,845. O Banco Central realizou apenas um leilão de compra de divisas, o que contribuiu para pressionar a cotação.
Com a decisão de não alterar a taxa Selic, o Banco Central manteve o Brasil folgado na liderança do ranking de países com maiores juros reais do mundo. A taxa brasileira continua sendo de 9,95%.
A decisão do Copom de manter a taxa Selic, após sete meses de queda, deve espalhar hoje um clima pessimista no mercado financeiro, segundo os especialistas.
Na avaliação do economista da corretora paulista Souza Barros, Clodoir Vieira, a Bovespa deve desabar nesta quinta-feira para um patamar abaixo de 23 mil pontos, a BM&F deve bater o recorde no volume financeiro dos contratos de juros futuros e deve engrossar o coro de críticas do empresariado e da oposição ao governo Lula.
"A interrupção da trajetória de queda dos juros levará o mercado a pensar que a inflação é mais preocupante do que parece", afirma relatório da consultoria Global Station, assinado pelo economista-chefe Marcelo Ávila e o analista Renato Balbi.
Segundo os especialistas, a divulgação da ata do Copom com as explicações para a manutenção do juro poderia ser antecipada para evitar o nervosismo do mercado.
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