Fabricantes de eletroeletrônicos podem subir preços em 10%

Globo Online

Atualizada em 27/03/2022 às 15h09

SÃO PAULO - Depois da altas do aço, dos carros e dos remédios, os fabricantes de produtos eletroeletrônicos estão ameaçando subir os preços de seus produtos. Paulo Saab, presidente da Eletros, entidade que representa os fabricantes, disse que enquanto os preços de eletroeletrônicos caíram 0,49% no acumulado do ano passado, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fipe, apresentou alta de 8,17% no mesmo período. Segundo ele, para não acumular prejuízo, os produtores de eletroeletrônicos podem reajustar os preços em 10%.

- O setor eletroeletrônico de consumo encerrou 2003 com uma forte defasagem de preços, de acordo com levantamento recém-concluído pela Fipe, e esta situação está sendo agravada pela recente alta dos preços do aço. Essa situação de defasagem de preços acentuou-se entre dezembro e janeiro com a decisão unilateral das usinas siderúrgicas de reajustarem suas tabelas de preço em 12% em média. Nossa estimativa é de que o setor eletroeletrônico precise de um reajuste em torno de 10% para compensar essa alta de custos- disse Saab.

Saab afirmou que asusinas alegaram que os reajustes deveram-se à alta do dólar, masele explicou quea variação da moeda americanaapontou no período quedade 20%. Segundo ele,diante desses aumentos, a situação do setor eletroeletrônico,"que já estava bastante difícil em função do descompasso entre os custos e os preços finais", agravou-se.

Para Saab, as indústrias do setor foram simplesmente comunicadas do aumento, sem direito a negociação, sob risco de ficarem sem esta matéria-prima para a fabricação dos produtos da linha branca e eletroportáteis.O executivo lembrouque os preços do aço, segundo levantamento apresentado nos documentos enviados ao governo pela Eletros, subiram, entre janeirode2002 e janeirode2003, cerca de 63% no caso dos planos, e 51% no caso dos longos.

Ele afirmou que, além do aço, os aumentos têm ocorrido em diversas frentes: da parte de outros insumos como ferro e derivados, que subiram 51,6% de janeiro a novembro de 2003, segundo o IPA (Índice de Preços no Atacado); da energia elétrica e matérias-primas; do custo da mão-de-obra, em função dos 18% de aumento concedidos no último dissídio, e do próprio choque fiscal, que elevou fortemente a carga tributária (Cofins, PIS e outras taxas).

- As matérias-primas vêm sendo reajustadas dentro de padrões mundiais, enquanto a realidade do mercado nacional aponta para queda de vendas. Não podemos vender com prejuízo, sob o risco de colocar em risco o parque industrial brasileiro - afirmou.

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