REUTERS - Indicado três vezes ao Oscar de melhor ator, mas nunca premiado, Sean Penn pode ter na cerimônia de 2004 sua grande chance. E, provavelmente, seu maior adversário será ele mesmo. É que quando todo mundo achava que ele já estava com a boca na botija pela atuação em "Sobre meninos e lobos" - filme de Clint Eastwood que estréia em dezembro no Brasil - ele chega às telas americanas neste fim de semana com outra interpretação impressionante.
Em "21 gramas", drama do diretor mexicano Alejandro Gonzalez Inarritu (o mesmo de "Amores brutos"), Penn vive Paul, um professor de matemática que encara a morte de frente, depois de um transplante de coração. Sua mulher (Charlotte Gainsbourg) quer ter um bebê, numa tentativa de manter uma parte do marido ainda viva consigo. Mas Paul, um cético, encara a espiritualidade como números, e só pensa nas 21 gramas que nossos corpos perdem ao morrer. O peso - pouquíssimo, o mesmo que um pequeno beija-flor ou uma barra de chocolate - pode ser, acredita o personagem, o peso da nossa alma. Será?
Os outros dois personagens são igualmente perturbados: a ex-viciada Cristina (Naomi Watts) é a viúva do homem que doou o coração a Paul; Jack (Benicio Del Toro) é o culpado pela morte do doador, um ex-presidiário alcoolátra e católico fervoroso. "21 gramas" deve estrear no Brasil em janeiro.
Mas a crítica americana tem mesmo é se rasgado em elogios a Penn. "Interpretação magistral e estarrecedora", escreveu a revista "Rolling Stone", que também destacou o trabalho de Del Toro e Naomi, que pode ter tido em "21 gramas" o seu melhor trabalho até hoje. "Sean Penn pode ganhar não só o prêmio de melhor ator do ano, como também o de segundo melhor. Só é difícil de determinar em qual filme - '21 gramas' ou 'Sobre meninos e lobos' ele está melhor", escreveu o crítico do site especializado Reel Movies.
Aos 43 anos, Penn já recebeu três indicações para o Oscar de melhor ator. A mais recente foi em 2002, por "Uma lição de amor" ("I am Sam"), drama açucarado com Michelle Pfeiffer, e ele perdeu o prêmio para Denzel Washington. Em 2000, ele disputou a mesma estatueta por "Poucas e boas" ("Sweet and lowdown"), de Woody Allen. Quem saiu premiado na ocasião foi Kevin Spacey, por "Beleza americana". A primeira indicação de Penn foi quatro anos antes, em 1996, por "Os últimos passos de um homem" ("Dead man walking"), filme que rendeu o prêmio de melhor atriz para Susan Sarandon. Penn perdeu o seu para Nicholas Cage, com "Despedida em Las Vegas".
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