Asteróides poderiam iniciar uma guerra nuclear

CNN

Atualizada em 27/03/2022 às 15h29

Enquanto os astrônomos rastreiam os céus em busca de asteróides assassinos, pequenos corpos cósmicos oferecem um risco maior e poderiam até gerar um conflito nuclear, segundo representantes espaciais e militares que falaram em uma audiência no Congresso dos Estados Unidos.

Os cientistas estimam que perto do caminho da órbita da Terra existam mais de mil asteróides de um quilômetro de diâmetro ou mais, que poderiam causar catástrofes globais no caso de atingirem seu alvo.

Especialistas da Nasa que concluirão em 2008 um censo sobre esses objetos próximos da Terra, ou Neo (sigla para near-Earth objects), já identificaram mais da metade deles.

Colisões com tais pedras monstruosas acontecem apenas a cada um milhão de anos, em média. Seria então melhor se preocupar com o tamanho dos carros que circulam pelas ruas, que colidem toda semana, ou com as dimensões das baleias, que aparecem em séculos, disse o brigadeiro Simon Worden.

Um asteróide de cinco a 10 metros de diâmetro explodiu em junho sobre o mar Mediterrâneo, liberando tanta energia quanto a bomba atômica que foi lançada sobre Hiroxima na Segunda Guerra Mundial, disse o brigadeiro ao Comitê da Câmara para Ciência.

"Imagine que o brilho de um flash acompanhado por uma onda formada por pedra destruidora aconteça sobre a Índia ou o Paquistão", exemplificou Worden. O brigadeiro lembrou que, como os dois países estavam perto de entrar em guerra, o asteróide poderia ser confundido com um ataque-surpresa de um dos lados.

Horror nuclear

"O pânico resultante poderia gerar uma reação que espalhasse o horror nuclear que conseguimos evitar por mais de meio século", observou.

Além disso, um corpo celeste de 100 metros de largura que explodisse sobre uma grande cidade causaria a morte de centenas de milhares de pessoas.

Em síntese, Worden quis dizer que não seria necessário um asteróide do tamanho daquele que varreu os dinossauros da Terra para causar uma grande catástrofe.

Especialistas em espaço debateram na audiência a necessidade de ampliar o censo da Nasa para pequenos corpos nas vizinhanças da Terra.

"Acho que é prematuro considerar uma extensão de nosso atual programa nacional para incluir uma busca completa por Neos de pequenas dimensões", disse Ed Weiler, vice-administrador da Nasa.

Joseph Burns, da Universidade de Cornell, pensa diferente. Especialista em engenharia e astronomia, ele sugeriu que a Nasa ajudasse a custear um observatório em terra no valor de 125 milhões de dólares para procurar por pequenos asteróides.

O observatório - chamado Large-apertures Synoptic Survey Telescope (LSST) - poderia rastrear grandes corpos celestes no céu, em vez dos menores, como fazem os observatórios convencionais.

"O LSST localizaria 90 por cento de todos os objetos próximos da Terra com menos de 300 metros de tamanho, permitindo a computação de suas órbitas e a avaliação da ameaça que causam à Terra", disse Burns.

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