Físico brasileiro vai integrar equipe da Nasa que estudará Marte

Reuters

Atualizada em 27/03/2022 às 15h29

RIO DE JANEIRO - Pela primeira vez um brasileiro vai integrar uma equipe de físicos da Nasa, levando para o espaço técnicas que costuma aplicar nas profundezas na Terra, em seu trabalho na Companhia Vale do Rio Doce.

O mato-grossense Paulo de Souza Júnior, de 31 anos, há seis meses analista de tecnologia da mineradora brasileira, vai participar da missão da Nasa que, em março, vai pesquisar mais indícios de vida em Marte. Para isso, vai utilizar um aparelho que desenvolveu em equipe no seu doutorado na Alemanha e que analisa as características mineralógicas de rochas e objetos.

Da terra para o espaço? Não, justamente ao contrário, explica Paulo, que foi criado no Espírito Santo e que nunca foi de ler ficção científica. Na verdade, o equipamento que vai analisar as condições ambientais de Marte, acoplado aos braços de dois robôs, foi desenvolvido por uma equipe de estudos espaciais na Alemanha da qual fez parte.

A adaptação do equipamento para explorações em terra foi obra do físico brasileiro, que por isso mereceu menção no site da Nasa que trata dos programas de exploração no planeta vermelho (http://mars.jpl.nasa.gov/mer/fido). Ele será o primeiro brasileiro a integrar uma equipe de físicos da Nasa.

- As pesquisas espaciais têm entre as suas preocupações procurar aplicações das suas descobertas para melhorar a vida na Terra - explica Paulo, que trabalha na Vale do Rio Doce no Espírito Santo.

Com o seu trabalho na terra, o físico tenta melhorar a vida de milhares de pessoas que vivem em torno da mineradora, identificando os componentes que são emitidos no meio ambiente e com isso facilitando o combate à poluição. É usado também na melhora da qualidade do produto da mineradora e na redução de perdas do minério-de-ferro.

O equipamento, que trabalha pelo princípio de ressonância, analisa por uma luz invisível ao olho humano todas as características minerológicas existentes no ar, em rochas, ou mesmo em objetos, sendo utilizado para analisar tesouros arqueológicos.

O equipamento, de nome complicado - Mssbauer Spectrometer - e tamanho de um mouse de computador, vai pesquisar as formações rochosas de Marte para buscar sinal de água, passo fundamental para se chegar a indícios de vida.

- Uma missão química já detectou nutrientes como fósforo e potássio, e outra a existência de atividade vulcânica, o que indica presença de energia. O último passo para se pensar na possível existência de vida é analisar o volume de água no planeta - ensina Paulo.

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