Teia de aranha brasileira pode ser usada para fazer colete à prova de bala

CNN

Atualizada em 27/03/2022 às 15h30

BRASÍLIA -- O fio que forma uma teia de aranha é tão resistente que pode ser usado pela indústria para produzir até coletes à prova de balas.

Fios tão fortes quanto o aço, diz cientista

A afirmação é do fitopatologista Elíbio Leopoldo Rech Filho, um pesquisador de Recursos Genéticos e Biotecnologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Elíbio demonstrou no Centro de Gestão e Estudos Estratégicos do governo a viabilidade de utilização das teias, cientificamente chamadas de biopolímeros isolados de aranhas.

Pesquisando, o cientista descobriu que as teias de aranha são tão resistentes quanto o aço e podem substituí-lo com vantagens, porque são muito mais flexíveis.

De acordo com Elíbio, as aranhas da biodiversidade brasileira são capazes de dar origem a um produto que teria larga aceitação no mercado.

O fio poderia ser empregado na confecção de coletes à prova de balas mais leves e igualmente resistentes, na fabricação de pára-choques de veículos capazes de suportar grandes impactos e até na indústria farmacêutica.

O problema, segundo Elíbio, é que a aranha, embora confeccione um fio altamente resistente, o produz em quantidades reduzidíssimas.

A solução, então, segundo o cientista, seria clonar os genes responsáveis pelo biopolímero e desenvolver outros sistemas para produção.

O exército norte-americano, por exemplo, comprou um projeto desenvolvido em laboratórios canadenses para produção do fio de aranhas e detém a patente.

Para Elíbio, isso não impede o Brasil de pesquisar ou desenvolver também técnicas de utilização da teia de espécies nacionais.

Elíbio acredita que, entre a pesquisa e a colocação do produto no mercado, seriam necessários pelo menos três anos de trabalho.

O estudo e o desenvolvimento da técnica para uso das teias de aranha têm o apoio da Embrapa, das universidades Estadual de Campinas (Unicamp), de São Paulo (USP), de Brasília (UnB), do Instituto Butantã e do Ministério da Defesa.

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