Lula lança seu programa para combater o racismo

O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 15h31

SALVADOR - O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), lançou ontem seu programa de combate ao racismo, em Salvador, exatamente um mês depois do primeiro protesto do movimento negro baiano contra o candidato do PPS, Ciro Gomes. Intitulado “Brasil sem Racismo”, o documento petista - que será incorporado ao plano de governo do presidenciável - prevê cotas para negros nas universidades públicas.

Foi justamente este o tema que provocou o bate-boca entre Ciro e o estudante Rafael dos Santos, durante debate na Universidade de Brasília (UnB), no dia 7 de agosto. “Ciro agiu de forma antidemocrática”, afirmou, numa referência à atitude do candidato da Frente Trabalhista que cassou a palavra do aluno sob o argumento de que a palestra não previa apartes. O fato foi lembrado ontem, durante a apresentação do caderno temático de combate ao racismo, uma espécie de carta-compromisso assinada por Lula, na Casa do Comércio de Salvador.

ações - Com 20 folhas, o documento aborda algumas ações para o enfrentamento da exclusão social, em caso de vitória do petista. Além de garantir a inserção de jovens e adultos negros nas universidades, por meio de cotas, a cartilha defende a concessão de incentivos às empresas privadas que desenvolverem programas de igualdade racial e diversidade étnica.

Sugestões como a criação de um Centro de Referência contra o Racismo e de um Disque Racismo, para denunciar a violência praticada por “policiais mal preparados”, também fazem parte do texto. Mas as propostas são genéricas e, embora contemplem várias áreas - como geração de emprego, saúde, educação, cultura, segurança e até relações internacionais —, ainda não há o detalhamento de como executá-las.

O documento destaca que as políticas públicas voltadas para a população negra terão destaque na agenda programática dos ministérios em um possível governo Lula. Para dar visibilidade a essas ações, o PT promete garantir assento aos diferentes grupos raciais nas campanhas e atividades de comunicação do governo. No capítulo Retrato da Realidade, a cartilha cita pesquisa do Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas (Ipea), publicada em 2001, para lembrar que, entre os 53 milhões de pobres, os negros correspondem a 64% e, pior, a 69% da população de indigentes.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.