Danos morais

Estado é condenado a indenizar vítimas de incêndio a ônibus

Uma menina de seis anos veio a morrer e outra, com um ano, sofreu lesões físicas com graves queimaduras.

Divulgação/TJ-MA

Atualizada em 27/03/2022 às 11h22

SÃO JOSÉ DE RIBAMAR - O Estado do Maranhão foi condenado a indenizar, por danos morais e estéticos, as vítimas do incêndio a ônibus, que aconteceram no dia 3 de janeiro de 2014, em São José de Ribamar.

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A decisão, unânime, é da 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA), que – seguindo voto do desembargador Jorge Rachid, relator do processo – estabeleceu pagamento de pensão mensal para a mãe da menor falecida e para a criança sobrevivente.

Consta nos autos que, no incêndio, uma menina de seis anos veio a morrer e outra, com um ano, sofreu lesões físicas com graves queimaduras. O crime foi cometido por integrantes da facção criminosa “Bonde dos Quarenta”.

A ação, ajuizada pela mãe e filha, representada por sua genitora contra o Estado, decorre de remessa oriunda da sentença do juiz da 1ª Vara Cível de São José de Ribamar, Gilmar de Jesus Everton Vale, que tornou definitiva a antecipação de tutela (ato que adianta os efeitos do julgamento), considerando procedentes os pedidos das autoras.

O entendimento é de que a ordem para atacar e incendiar o ônibus – assim como outros veículos de transporte público na cidade – partiu do interior do presídio de Pedrinhas e se concretizaram pela omissão do órgão estatal.

O Estado do Maranhão não teria adotado as providências necessárias para impedir as ações criminosas, tendo em vista que as mesmas já eram de conhecimento da Secretaria de Segurança Pública.

O relator do processo, desembargador Jorge Rachid, concluiu que ficou caracterizada a responsabilidade do Estado, uma vez que os autos trazem provas suficientes dos fatos.

“É dever do Estado coibir a ocorrência de fatos delitivos dentro e fora das penitenciárias, em atenção ao direito constitucional à segurança pública”, afirmou o magistrado, enfatizando que não resta dúvida quanto ao nexo de causalidade entre a omissão do Estado e o dano sofrido pelas partes.

Rachid ressaltou que a indenização por dano moral deve representar para a vítima uma satisfação capaz de amenizar de alguma forma o sofrimento causado. “A eficácia da contrapartida pecuniária está na aptidão para proporcionar tal satisfação em justa medida, de modo que não signifique um enriquecimento sem causa para a vítima e produza impacto bastante no causador do mal a fim de dissuadi-lo de novo atentado”, assinalou.

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