Tragédia com biana que ocorreu há 6 meses ainda está sendo investigada

Wilson Lima - O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 14h26

SÃO LUÍS - Além de marcar o início da Quaresma, segundo o calendário da Igreja Católica, a Quarta-feira de Cinzas neste ano também será marcada por uma triste lembrança: a tragédia que vitimou 14 passageiros da biana “Estrela Guia I”, que naufragou na baia de São José de Ribamar, completa seis meses neste 1° de março.

O inquérito que apura as causas do acidente está em fase de conclusão. A última audiência do processo que apura as causas da tragédia aconteceu dia 9 de fevereiro e até a semana passada a Comarca de São José de Ribamar estava finalizando o inquérito criminal do caso.

Além dos depoimentos, serão anexados ao processo os resultados de algumas diligências que foram realizadas durante este mês, alguns documentos dos envolvidos e perícias técnicas, inclusive o inquérito marítimo feito pela Capitania dos Portos.

Diante disso, expectativa da titular da Comarca de São José de Ribamar, juíza Teresa Cristina, é que o julgamento dos principais acusados pelo acidente com a biana Estrela Guia I (Durval dos Santos, o Chicolé, condutor do barco, e Walbinaldo dos Santos, dono da embarcação) aconteça até o final do primeiro semestre deste ano.

Os dois estão sendo acusados de homicídio culposo e podem ser condenados de um a três anos de reclusão, pena que pode ser aumentada em 1/3 porque eles não prestaram assistência às vítimas.

Em São José de Ribamar, apesar de terem se passado seis meses, o clima ainda é de consternação, principalmente para as famílias das vítimas do acidente. Hoje, as celebrações na Igreja de São José de Ribamar devem fazer menções não somente à Campanha da Fraternidade, mas também àquela triste manhã do dia 1° de setembro.

Acidente

O acidente aconteceu dia 1° de setembro do ano passado, por volta das 6h, quando a biana “Estrela Guia I”, com 38 passageiros, naufragou na baía de São José de Ribamar.

A embarcação estava transportando 31 integrantes e sete pessoas do grupo de dança portuguesa Marinheiros de Portugal, do bairro J. Câmara, que retornava de uma apresentação no povoado Manajuí, localizado entre os municípios de Icatu e Humberto de Campos.

A apresentação do grupo aconteceu em Manajuí por volta de 1h. O grupo descansou um pouco e logo em seguida iniciou a viagem de volta a São José de Ribamar, às 4h30.

De acordo com os passageiros, o condutor da biana, Durval dos Santos, teria cometido uma série de irregularidades durante a viagem de volta a São José de Ribamar. Eles alegaram que Chicolé estava alcoolizado e que durante a viagem chegou a pedir a Fernando Silva Nascimento, de 16 anos, que ele conduzisse a embarcação.

Na ocasião, Fernando Silva se surpreendeu com o pedido de Chicolé, já que ele não tinha experiência para conduzir a embarcação em meio à intensa maresia e os fortes ventos.

“Estávamos todos com muito medo e eu não tinha condição de estar à frente daquele barco. O condutor foi um completo irresponsável”, disse o passageiro.

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