Trânsito: especialistas debatem formas de reduzir os acidentes fatais

No Nordeste, a capital maranhense tem o quarto trânsito mais violento.

O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 14h37

SÃO LUÍS - São Luís é a 13ª capital brasileira com o maior número de ocorrências no trânsito. O levantamento é do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), com base em levantamento comparativo feito em 2001, quando foram registrados na capital 1.037 acidentes.

No Nordeste, a capital maranhense tem o quarto trânsito mais violento.

Os dados ganham força, principalmente, quando colocados ao lado do número total de acidentes ocorridos na cidade. Mesmo com um grande número de acidentes com mortes, São Luís é a sexta capital brasileira em ocorrências de qualquer natureza, o que significa que a proporção de acidentes fatais para ocorrências sem mortes em São Luís é uma das maiores do país.

Em média, 9% dos acidentes na cidade resultam em óbitos. Para efeito comparativo, Rio de Janeiro, que é a capital com a maior quantidade de acidentes de trânsito do Brasil, somente 5,34% das ocorrências na capital carioca terminam em morte.

Em 2001, foram registrados em São Luís, 1.037 acidentes e em número total de ocorrências. Hoje, a capital é responsável por 24,65% dos acidentes que ocorrem no Maranhão, mesmo respondendo por 41,84% da frota de todo o estado (cerca de 131 mil veículos).

Para o diretor do Detran-MA, coronel Pedro Paulo de Oliveira, os tristes dados refletem apenas a imprudência do motorista da capital. “Estamos fazendo várias campanhas educativas e ações para minimizar esta situação. Mas não temos maiores alternativas se o motorista não faz a sua parte e é com base nisso que estamos trabalhando”, analisou o coronel Pedro Paulo de Oliveira.

Uma da ações do Detran para minimizar o número de acidentes com mortes na cidade é a realização do I Ciclo de Debates de Trânsito e Transportes do Detran-Ma, que acontecerá até hoje, no Brisamar Hotel. O principal objetivo do evento é despertar a responsabilidade social das pessoas envolvidas no processo de preparação dos condutores de veículos em todo o estado.

Outro objetivo do ciclo de debates é reduzir em 80% os casos de acidentes de trânsito causados por imperícia ou imprudência de condutores.

“O motorista precisa ver que um ato displicente pode acabar provocando um grave acidente. Por exemplo, a 36km/h um cidadão que atende ao telefone celular desgruda-se um segundo do volante, tempo suficiente para ele trafegar 10 metros. O suficiente para que aconteça uma batida leve”, alertou o diretor do Detran-MA.

Para atenuar esse problema, o Departamento Nacional de Transporte está em vias de implementar o Plano Nacional de Transportes, cujas principais propostas estão calcadas no binômio educação-democratização dos transportes públicos.

Ao todo são 23 medidas do órgão para um trânsito mais seguro e as principais são a mudança nos testes para habilitação de condutores e a popularização dos cursos de condução defensiva, hoje raros no Brasil.

O diretor do Denatran declarou que o Brasil precisa tomar como exemplo o Japão, que conseguiu diminuir drasticamente os índices de mortes no trânsito após extinguir as provas escritas nos testes de habilitação.

A intenção do Denatran é usar simuladores para avaliar melhor dos motoristas brasileiros e abolir de vez as provas escritas.

“Os testes no canetão não conseguem avaliar absolutamente nada. Com simuladores, você coloca o cidadão em situações reais, que vão desde um obstáculo na pista até a condução de um veículo sob forte efeito de bebida alcóolica”, analisou o diretor do Denatran.

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