Investigação

Mulher diagnosticada com "gases" é liberada por médico e morre em casa, em Santa Helena

O caso foi registrado no dia 1º de abril e está sendo investigado pela Polícia Civil.

Imirante, com informações do G1/MA

Atualizada em 21/04/2022 às 08h05
A família relatou Altiane foi atendida pelo médico Ubiratan Amorim Pereira, que disse se tratar apenas de 'gases'.
A família relatou Altiane foi atendida pelo médico Ubiratan Amorim Pereira, que disse se tratar apenas de 'gases'. (arquivo pessoal)

SANTA HELENA - Está sendo investigado, pela Polícia Civil do Maranhão, um possível caso de negligência médica no município de Santa Helena, no Maranhão. Trata-se da morte de uma mulher, identificada como Altiane Costa, de 43 anos, registrada no dia 1º de abril. 

De acordo com a família de Altiane, ela teria ido até o Hospital Municipal de Santa Helena, queixando-se de muitas dores no peito. A família relatou que ela foi atendida pelo médico Ubiratan Amorim Pereira, que disse se tratar apenas de 'gases'. Ele passou três medicações injetáveis, e em seguida liberou Altiane para casa.

"A minha mãe voltou para casa porque não deixaram ela em observação. Chegando aqui, ela faleceu. Depois ela retornou ao hospital já morta e se recusaram a dar o laudo dela. Se o médico tivesse feito o trabalho dele, talvez a minha mãe não tivesse morrido", relatou o filho de Altiane, Romário Carvalho.

Após a morte de Altiane, moradores da cidade foram às ruas para protestar por justiça e pela saída do médico Ubiratan. Eles afirmam que esse não foi o primeiro caso. "Até hoje querem dizer que foi 'morte desconhecida' e o médico não quer assinar o laudo da morte. Já foi para a Justiça, mas até hoje nem ele, nem o hospital dão o laudo para a gente. Para nós, ela infartou", disse Romário.

Segundo a delegada de Santa Helena, Jéssica Ingrid, o hospital enviou o laudo, mas não dará mais detalhes sobre a investigação. "Pedimos as informações para saber porque não fizeram a declaração de óbito no dia da morte. Ainda não podemos dizer se houve negligência, mas estamos investigando", declarou a delegada.

O prefeito de Santa Helena, Zezildo Almeida (PTB), informou em nota que se solidariza com os familiares de Altiane, e que o caso está sendo apurado.

Ao Imirante.com, também por meio de nota, o médico Ubiratan Amorim Pereira alegou que a sustentação de negligência médica, tecnicamente, não se aplica ao episódio, já que a paciente, sempre que procurou alguma unidade médica, foi assistida, como consta em prontuário do referido hospital.

Leia a íntegra da nota do médico:

"NOTA DE ESCLARECIMENTO

Na manhã do dia primeiro de abril de 2022, deu entrada no hospital municipal de Santa Helena a senhora Altiane Costa e Silva de 42 anos de idade, acompanhada de um familiar. 

A paciente relatou que sentia dor abdominal que se estendia até o peito e que estava com prisão de ventre, apresentava-se também muito ansiosa. Foram realizados vários procedimentos iniciais como, ausculta cardíaca, aferição dos sinais vitais ( todos normais conforme prontuário anexo ) e administrado as seguintes medicações: Buscopam composto - 2,5ml + 9ml AD EV ( medicação para dor de rotina em todos hospitais), Diclofenaco 2,5 ml IM ( anti-inflamatório também usado em rotina hospitalar), Dimeticona 40 gotas via oral ( medicação para gases também rotineira) e Fenergam ( medicação para alergia ) para prevenir uma possível reação alérgica a qualquer uma das medicações, mesmo a paciente ou acompanhante não referirem alergia à qualquer medicação.

Após a aplicação das medicações a paciente ficou em observação como é de rotina no serviço hospitalar, a mesma sentiu melhoras e então os familiares a levaram para casa. A Paciente retornou quatro horas após todos esses procedimentos, às seis horas da manhã a mesma foi levada ao hospital pelos familiares já em óbito.

Diante as calunias e pré julgamentos feitos nas redes socais, o médico destaca, ser improcedente, leviana e irresponsável qualquer acusação no sentido de responsabilização pela morte do paciente, diferentemente do relatado, a paciente vinha sendo regularmente acompanhada pela rede pública municipal de saúde.

A sustentação de negligência médica TECNICAMENTE não se aplica ao episódio, já que a paciente sempre que procurou alguma unidade médica, foi assistida, como consta em prontuário do referido hospital.

Entretanto, o médico que há 36 anos já salvou inúmeras vidas como profissional em toda a baixada maranhense, lamenta o ocorrido e se solidariza com os familiares pela dor da perda e se coloca à disposição para acompanhamento e/ou esclarecimentos necessários. 

UBIRATAN AMORIM PEREIRA

Médico"

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