PRESIDENTE DUTRA - De uma em um milhão. Essa é a estatística que a dona de casa Valquíria Castro, de 36 anos, natural do município de Presidente Dutra, interior do Estado, teve que enfrentar quando descobriu um câncer na base do crânio, conhecido como Cordoma de Clívus. A doença deixou Valquíria tetraplégica durante um ano, em meados de 2019.
Sete meses após descobrir o tumor, durante a recuperação da primeira cirurgia, ainda teve que enfrentar mais uma batalha: o diagnóstico positivo para a Covid-19.
Valquíria Castro conta que os sintomas do coronavírus (Covid-19) começaram logo quando ela teve alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital do Câncer de São Luís. O que ela não imaginava é que em menos de uma semana voltaria para lá com 80% do pulmão comprometido, sem conseguir respirar direito, devido a Covid-19.
“Fiz a primeira cirurgia do câncer no início da pandemia, passei três dias na UTI. Quando fui para o pós-operatório, descobri que estava com Covid, voltei para a UTI e fiquei mais sete dias. Foi tudo muito doloroso. Quando contraí o vírus, todos perderam a esperança”, disse Valquíria Castro.
Reviravolta no diagnóstico
Meses depois, no entanto, durante a segunda cirurgia para a retirada do tumor, ele havia diminuído 95%. Para Valquíria, foi um milagre divino. Mas, segundo ela, os médicos estudam a possibilidade da Covid estar relacionada com a diminuição do câncerr.
Para a minha surpresa e a dos médicos, o tumor tinha diminuído demais, era como se ele fosse uma laranja e, na segunda cirurgia, ele estava do tamanho de uma bola de gude. Segundo os médicos, eles acreditam que a covid esteja envolvida nisso, mas eu acredito no milagre divino”, disseValquíria Castro.
Segundo Dr. Luís Fernando, médico responsável por acompanhar Valquíria, disse que todo tumor é uma célula estranha ao organismo e desperta uma reação imunológica para tentar combatê-la. Segundo ele, no caso da Covid-19, a doença tem uma etapa da resposta inflamatória de exacerbação da função de algumas dessas células, que aumentam tanto a detecção das células vigilantes quanto uma hiperativação daqueles que eliminam as células doentes.
“Nós estamos estudando. O caso dela é bem peculiar. É o primeiro caso de tumor sólido que temos conhecimento de regressão pós-infecção por Covid-19. A literatura já tem um caso de linfoma, mas de tumor sólido, esse é provavelmente o primeiro caso”, disse Dr. Luís Fernando.
A vida após o câncer e o coronavírus
Atualmente, Valquíria convive com algumas restrições e tenta viver cada dia como se fosse o último. A dona de casa alerta para o uso frequente de máscaras e a importância do distanciamento social.
“Quando recebi o diagnóstico, perdi o chão, mas Deus e minha família foram meu alicerce. Depois do resultado positivo para o coronavírus, pensei que ali era o meu fim. Não sei de onde tirei forças para ganhar essa batalha, mas eu venci”, disse.
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