SSP-MA não vai afastar policiais que participaram de ação que matou jovem que desejou ''boa sorte'' a Lázaro
"Isso será demonstrado dentro do inquérito policial se houve assassinato ou não", afirmou o secretário Jefferson Portela.
PRESIDENTE DUTRA - O secretário de Segurança Pública do Maranhão, Jefferson Portela, informou que os policiais civis que participaram de ação que resultou na morte de Hamilton Cesar Bandeira não serão afastados. Ele também disse que os policiais foram ao local para entregar uma intimação.
"Não há elemento para dizer isso, o que foi dito anteriormente em matéria veiculada pela manhã, o assassinato. Tecnicamente isso não está demonstrado. Isso será demonstrado dentro do inquérito policial se houve assassinato ou não. Se houve, eles responderão dentro das normas legais, se não houve terão os permissíveis de lei para o ato que praticaram”, disse Portela.
A primeira versão da Polícia Civil do Maranhão alegava que havia necessidade de uma prisão em flagrante. As informações são da TV Mirante. (Assista aqui à reportagem)
O Ministério Público do Maranhão (MP-MA) disse que vai pedir a exumação do corpo do jovem.
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Hamilton Cesar, que tinha transtornos mentais, fez uma postagem desejando "boa sorte" ao Lázaro Barbosa, o homicida nacionalmente conhecido como “serial killer do DF", que está sendo procurado em Goiás.
Inicialmente, uma nota divulgada pela Polícia Civil do Maranhão afirmava que a equipe havia saído para atender a uma ocorrência de ameaça e apologia ao crime. A nota dizia que “os policiais foram ameaçados pelo suspeito que estava de posse de uma arma branca (faca)” (Leia, ao fim da matéria, a nota da Polícia Civil).
O delegado de Presidente Dutra, César Ferro, disse que o jovem ameaçou os policiais com uma faca. Já a família contesta essa versão.
Os parentes do jovem disseram ao Imirante.com que Hamilton não estava armado no momento da ação policial.
O pai de Hamilton, Antônio Bandeira, disse à reportagem do Portal que o filho tinha chegado de um campo, almoçou e se deitou e, em seguida, apareceram os policiais.
“Não tinha maior sentido do mundo deles chegar lá assassinando ele. E ele não usava ferramenta nenhuma. A polícia não falou nada, quando chegou lá foi metendo bala, que quase matou um idoso de quase 100 anos”, relatou.
O pai contou ainda como era o filho no dia a dia com a comunidade. “Ele tinha acabado de chegar do campinho com as crianças que andavam mais ele. Ele não fazia um pingo de medo em sociedade alguma. Ele era meninão. Tinha 23 anos, mas o sentido era de criança”, relatou Antônio.
Segundo os parentes, o que Hamilton postava era fruto dos transtornos mentais que sofria desde criança. Além disso, o pai disse que o jovem não estava armado no momento dos disparos dos policiais. O avô de Hamilton, de 99 anos, presenciou o caso e também contesta a versão policial.
Um inquérito foi aberto para apurar a morte de Hamilton, e o Ministério Público do Maranhão e a Secretaria de Estado de Direitos Humanos (SEDIHPOP) estão acompanhando o caso.
Leia na íntegra a nota da Polícia Civil:
“A Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) informa que na última sexta-feira (18), após denúncias de moradores, atendeu a uma ocorrência de ameaça e apologia ao crime em uma residência no povoado de Calumbi.
Quando chegaram ao local, os policiais foram ameaçados pelo suspeito que estava de posse de uma arma branca (faca). Para conter a situação, os agentes atiraram e um dos disparos atingiu ao rapaz, que foi socorrido pelos policiais, levado ao hospital com vida, mas acabou vindo a óbito.
A Polícia Civil do Maranhão lamenta profundamente o fato e se solidariza com a família. Pontua, ainda, que um inquérito policial foi instaurado para apurar as circunstâncias da ocorrência.
Uma equipe da Secretaria de Estado de Direitos Humanos (SEDIHPOP) está acompanhando o caso.”
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