Na cadeia

Equador transfere ex-vice-presidente para segurança máxima

Jorge Glas foi preso na embaixada do México no Equador, na última sexta-feira, e em seguida foi transferido para presídio de segurança máxima.

Ipolítica, com informações do Globo

Policiais do Equador invadiram a embaixada do México e prenderam Jorge Glas
Policiais do Equador invadiram a embaixada do México e prenderam Jorge Glas (Reprodução / polícia do Equador)

EQUADOR - Já está preso no Presídio de Segurança Máxima de La Roca, em Guayaquil, o ex-vice-presidente do Equador Jorge Glas, preso na noite de sexta-feira na embaixada do México em Quito, numa invasão da polícia ordenada pelo presidente equatoriano, Daniel Noboa. 

A prisão da liderança política desse país provocou o corte de relações entre o México e o Equador, por causa da invasão realizada na embaixada. 

México e Equador vivem seus momentos mais tensos por causa de Jorge Glas, um dos políticos equatorianos mais importantes dos últimos 20 anos. Primeiro vice-presidente de Rafael Correa e depois de Lenín Moreno, ele se tornou o responsável pelos recursos petrolíferos em um país que alcançou um desenvolvimento vertiginoso graças ao dinheiro que choveu do petróleo bruto. Ele foi um dos rostos mais visíveis do movimento que cresceu em torno de Correa, um líder populista e carismático que alegava estar conduzindo seu país ao socialismo do século XXI.

Glas, contudo, acabou acusado em três casos de corrupção investigados pela Procuradoria Geral da República. Ele considera isso uma perseguição judicial por parte de seus oponentes, que agora estão no poder. É por isso que ele se refugiou na embaixada mexicana em 17 de dezembro, aguardando o status de refugiado político, que finalmente foi concedido na sexta-feira, horas antes de ser retirado à força da missão diplomática. Esse foi o início de uma confusão diplomática de alto risco que atraiu a ira internacional.

Glas esperava ter acesso a um espaço seguro, longe do martelo da Justiça, como Correa, asilado na Bélgica, está agora. Mas a imunidade do ex-vice-presidente era uma miragem. A polícia equatoriana, seguindo as instruções do presidente Daniel Noboa, cercou a Embaixada do México na noite de sexta-feira e, após uma hora de tensão e confusão, iniciou um ataque. Os policiais arrombaram portas e portões que davam acesso ao jardim e vasculharam o prédio até encontrar Glas, que assistia perplexo à sua captura e à maneira violenta com que foi levado. Os agentes sacudiram e empurraram Roberto Canseco, o chefe da seção consular mexicana, que tentou conter os agentes por conta própria. O diplomata acabou no chão, desesperado e indefeso, e viu uma caravana de vans escurecidas levar Glas embora. Seu tempo em liberdade havia terminado.

O político se recusou a ser o candidato de Correa nas eleições presidenciais de 2023, que Noboa conquistou com um discurso empresarial voltado para a geração do milênio e que queria mostrar que o socialismo equatoriano estava enterrado. Seu governo prendeu Glas, que passou a noite na Unidade de Flagrância do Ministério Público na capital, Quito, sob sete chaves. Ao amanhecer de sábado, ele foi levado em um avião da Força Aérea para Guayaquil, onde outro contingente de policiais e militares o aguardava para levá-lo à prisão conhecida como La Roca, uma prisão de segurança máxima.

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