DITADURA

Regime chavista intensifica repressão contra antigos aliados

No poder desde 2013, o líder autoritário de Caracas também reprimiu com mão de ferro antigos aliados da esquerda e movimentos trabalhistas.

Ipolítica

Atualizada em 30/03/2024 às 15h59
Nicolás Maduro
Nicolás Maduro (Reprodução)

CARACAS - O regime chavista, liderado por Nicolás Maduro, enfrenta crescente impopularidade não apenas entre a oposição e os meios de comunicação independentes, mas também entre antigos aliados da esquerda e movimentos trabalhistas, que têm sido reprimidos à medida que se aproximam as eleições presidenciais de fachada marcadas para 28 de julho.

Desde que assumiu o poder em 2013, Maduro tem reprimido não só a oposição, mas também grupos que antes apoiavam o regime, como o Partido Comunista da Venezuela (PCV). O PCV, que era um forte aliado do regime de Hugo Chávez, se afastou de Maduro nos últimos anos devido aos ataques do governo contra a organização partidária.

Um dos episódios mais marcantes dessa tensão ocorreu em agosto do ano passado, quando a Suprema Corte venezuelana, controlada por Maduro, desfez a antiga junta diretora do PCV e nomeou uma nova alinhada com os interesses do chavismo. Oscar Figuera, secretário-geral do PCV, denunciou a medida como uma "fraude processual", destacando que o novo líder indicado por Maduro sequer era registrado como militante comunista.

Essa intervenção do regime contra o PCV também reflete diferenças políticas, especialmente em relação à criação, em 2008, de uma "cúpula" liderada pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), fundado por Chávez, para unificar os partidos que apoiavam o governo chavista. No entanto, o PCV optou por manter sua autonomia, mesmo mantendo apoio ao chavismo.

Desde 2010, as relações entre o PCV e o regime de Maduro começaram a estremecer, à medida que a economia venezuelana entrava em colapso e cortes eram feitos em programas sociais, direitos trabalhistas e serviços públicos. Desde 2022, o PCV tem se posicionado ao lado de protestos de trabalhadores, especialmente professores, que demandam melhores condições laborais. Essas manifestações têm crescido, e em julho passado, um sindicalista afiliado ao PCV foi preso por participar dos protestos, segundo o Observatório Venezuelano de Conflitos Sociais.

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