Guerra

ONU: países pedem cessar-fogo russo e solução pacífica para conflito

Assembleia Geral da ONU debate hoje a situação da guerra na Ucrânia.

Agência Brasil

Atualizada em 26/03/2022 às 18h13
Sessão emergencial da Assembleia Geral ocorreu na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York
Sessão emergencial da Assembleia Geral ocorreu na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (Katie Godowski/Pexels)

BRASÍLIA - No quinto dia da ofensiva russa contra a Ucrânia, a sessão emergencial da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, foi aberta nesta segunda-feira (28), pelo presidente Abdulla Shahid, com um pedido de um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do confronto.

Com o respaldo dos chefes da entidade de que o conflito fere a lei internacional, Shahid defendeu um cessar-fogo imediato. “Temos que parar a guerra imediatamente”, frisou. Ele também disse que as consequências humanitária dos conflitos “serão devastadoras”.

Ao lembrar a reunião de delegações entre a Rússia e a Ucrânia na fronteira com Belarus, que ocorre hoje paralelamente à reunião da ONU, Abdulla Shahid avaliou que “abriu-se uma janela para o diálogo, uma sombra de esperança”. “Temos que dar uma oportunidade para a paz. Armas são melhores quando não são usadas”, discursou o presidente da Assembleia Geral da ONU.

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Também durante a reunião, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, lamentou o momento que a Ucrânia tem vivido, com civis como alvos e agradeceu os países que acolheram refugiados. “Essa situação é completamente inaceitável. Os soldados devem sair das trincheiras e os líderes buscarem a paz”, defendeu. Em uma sequência de duras críticas à Rússia, por ter invadido o território ucraniano e promovido uma série de bombardeios nos últimos cinco dias, Guterres condenou o emprego de forças nucleares de Vladimir Putin. “Estamos encarando na Ucrânia uma tragédia. Colocar forças nucleares é repugnante. Nada deve justifica um conflito nuclear”, condenou.

Guterres pediu moderação e defendeu que a reunião realizada hoje entre Ucrânia e Rússia se transforme em um efetivo fim da guerra. “Espero que se construa uma solução diplomática”, afirmou.

Ucrânia - Ao discursar na reunião, o embaixador da Ucrânia na ONU, Sergiy Kyslytsya, afirmou que a Rússia teria cometido crimes de guerra durante os combates. Segundo ele, civis, hospitais, escolas, orfanatos e até ambulâncias foram alvejados pelos russos. “Os conflitos têm paralelos que podem ser feitos com a 2ª Guerra Mundial. A Rússia comete crimes de guerra”, disse Sergiy Kyslytsya. Segundo ele, há pelo menos 5 mil mortos, entre civis e soldados.

O diplomata ucraniano cobrou a intervenção da ONU para conter a ações do presidente da Rússia, Vladimir Putin, e para exigir que as forças russas saiam imediatamente da Ucrânia. “O momento de agir é agora. Se a Ucrânia não sobreviver, a paz mundial não sobreviverá. Não se iludam”, disse. Outro ponto colocado foi um pedido de punição para Belarus. Sob o comandado do ditador Aleksandr Lukashenko, o país cedeu a fronteira para a invasão russa e também fez ataques à Ucrânia.

Rússia - Na sequência do diplomata ucraniano, foi a vez do embaixador da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, falar. Ele rebateu as falas da Ucrânia e disse que há uma guerra de informação contra o país. Na versão russa, o conflito começou após “sabotagens” ucranianas a acordos entre os dois países. “A Ucrânia está pedindo sua adesão à Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte] rompendo [leis da ONU] e colocando a Rússia em risco”, ressaltou. Para Nebenzya, a operação da Rússia “exerce o direito pela autodefesa.”

O representante russo na ONU acrescentou que o “Ocidente tem incitado os ucranianos” e lembrou os vários pedidos da Rússia para que a Ucrânia não entrasse na Otan. “Estendemos a nossa mão, mas fomos ignorados”, afirmou.

Ele desmentiu o embaixador ucraniano e negou que forças russas estejam atacando áreas civis. “A infraestrutura ucraniana não está sendo atacada”, destacou. Sobre o veto à resolução do Conselho de Segurança, o diplomata disse que o documento “não é equilibrado”. Votamos contra por um artigo que defendemos não ter sido colocado [no texto]”, explicou.

Apesar de aumentar as tropas e os bombardeios e ameaçar usar “força nuclear”, a Rússia defendeu uma solução pacífica com intermédio da ONU.

Histórico - A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, grupo militar liderado pelos Estados Unidos. Para a Rússia, uma possível entrada do vizinho na organização é uma como uma ameaça à sua segurança. A relação entre Rússia, Belarus e Ucrânia começou antes da criação da União Soviética que existiu entre 1922 e 1991.

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