SÃO LUÍS – Nesta quinta-feira (5), o papa Francisco exigiu que os bispos nunca escondam os escândalos de pedofilia na Igreja. A exigência foi feita por meio de uma carta publicada na véspera da primeira reunião, no Vaticano, da comissão de peritos para a proteção de menores.
Na carta, o papa disse que "não se pode dar prioridade a qualquer tipo de consideração, seja de que natureza for, como, por exemplo, a vontade de evitar o escândalo, porque não há qualquer lugar, no ministério da Igreja, para quem abusa de menores”.
O papa Francisco afirmou que foi que as famílias devem saber que “a Igreja não se poupa a qualquer esforço para proteger as crianças e que elas têm o direito de estar na Igreja com total confiança, porque é uma casa segura".
Em 2013, o papa criou a Comissão Pontifícia de proteção de menores. Ela foi finalizada em dezembro de 2014, com oito novos integrantes oriundos da África, da América Latina e da Ásia. A comissão é presidida pelo cardeal norte-americano Sean O'Malley e conta com 17 integrantes, incluindo duas vítimas, o britânico Peter Saunders e a irlandesa Marie Collins.
De sexta-feira (6) a domingo (8) a Comissão estará em reunião para começar a redigir os seus estatutos, que terão como foco a prevenção, educação e a aplicação de boas práticas em toda a Igreja.
Segundo o papa Francisco, a Comissão é muito importante para garantir a proteção dos menores e adultos vulneráveis. "A Comissão vai ser um novo, válido e eficaz instrumento para ajudar a promover e pôr em prática as medidas necessárias para garantir a proteção de menores e adultos vulneráveis, e dar respostas de justiça e misericórdia", escreveu o papa.
Escândalos
Nos últimos 20 anos, a imagem da Igreja Católica sofreu duramente, por causa da revelação de que milhares de crianças e adolescentes foram vítimas de abusos sexuais cometidos por padres, sobretudo na Irlanda e nos Estados Unidos, entre os anos 1960 e 1990.
Apesar das recentes medidas do Vaticano, as associações de vítimas continuam criticando o papa e a Santa Sé, especialmente pela manutenção da confidencialidade dos inquéritos internos.
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