JERUSALÉM - Mesmo após acordos de paz com Egito e Jordânia, Israel continua sem relações diplomáticas com a maior parte dos países árabes, 40 anos depois da Guerra dos Seis Dias.
Em março deste ano, a Arábia Saudita apresentou a mais recente proposta árabe de normalização das relações com Israel, que inclui o princípio da resolução 242 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, de troca de territórios por paz.
Segundo o plano, apresentado pela primeira vez em 2002, os países árabes normalizariam as relações com Israel em troca da retirada israelense de todos os territórios ocupados na guerra de 1967, da criação de um Estado palestino e de uma "solução justa" para os refugiados palestinos.
A resolução 242 foi a primeira tentativa de resolver a tensão entre Israel e os países árabes, cinco meses após a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Em 1979, o Egito resolveu adotar o princípio, tornando-se o primeiro país do Oriente Médio a reconhecer Israel em troca da devolução da Península do Sinai, capturada pelo Exército israelense em 1967.
Na opinião do diretor do Centro de Pesquisas e Informação Israel/Palestina, Gershon Baskin, o presidente egípcio na época, Anuar Sadat, considerava importante se relacionar com o mundo ocidental e os Estados Unidos e acreditava que a porta de entrada era normalizar as relações com Israel.
"Sadat concluiu que não tinha mais opções militares e que a única forma de o país obter suas terras de volta seria reconhecer a existência de Israel."
O diretor do Departamento de Estudos do Oriente Médio da Universidade Americana do Cairo, Joel Beinin, ressalta no entanto que Sadat não obteve tudo o que desejava com o acordo de paz.
"Sadat esperava que o acordo abriria a possibilidade de começar um acordo mais abrangente, que incluiria os palestinos, mas acho que do lado israelense nunca houve intenção de fazer isso. A conseqüência foi que o Egito ficou isolado no mundo árabe por causa do acordo."
O presidente egípcio acabou assassinado, em 1981, por fundamentalistas islâmicos contrários à sua política de aproximação com Israel.
Com informações da Agência Estado.
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