Nações Unidas - O Conselho de Segurança da ONU se reunirá hoje em caráter de urgência, para debater um projeto de resolução para condenar Israel pelo massacre de pelo menos 18 palestinos em Gaza, e pedir a retirada das tropas israelenses da região.
"Chegou a hora de o Conselho assumir suas responsabilidades, após o ataque israelense na localidade de Beit Hanoun (no norte da Faixa de Gaza) que deixou 18 civis mortos, na sua maioria mulheres e crianças", disse o representante da Autoridade Nacional Palestina (ANP) na ONU, Riad Mansour.
"O Conselho de Segurança deve reagir imediatamente para deter esta agressão e os crimes que estão sendo cometidos contra a população palestina", afirmou.
"Não aceitamos mais desculpas e erros por parte do Governo israelense, enquanto massacres continuam sendo realizados repetidamente em Gaza. Os responsáveis devem ser levados a julgamento", acrescentou.
O Catar - único país árabe no Conselho de Segurança - pediu uma reunião de emergência do órgão, que será realizada hoje e terá caráter aberto.
Um projeto de resolução, que pede o cessar-fogo imediato entre palestinos e israelenses e o estabelecimento de uma missão de observação da ONU que o supervisione, será analisado na sessão.
A minuta do documento também pede a criação de uma comissão especial para investigar o massacre cometido hoje em Beit Hanoun.
Além disso, o projeto exige que o Exército israelense retire suas tropas para a posição que ocupava antes de 28 de julho, quando tiveram início as incursões militares em Gaza, responsáveis pela atual onda de violência.
A resolução faz um apelo ainda à comunidade internacional, para que tome as medidas necessárias para retomar as negociações de paz.
Fontes diplomáticas se mostraram pessimistas sobre a possibilidade de o projeto de resolução apresentado pelo Catar ser aceito e adotado pelo Conselho de Segurança.
Foi lembrado o veto dos EUA a outra medida semelhante, que visava condenar a ofensiva militar israelense de junho de 2006 em Gaza, após o seqüestro do soldado israelense Gilad Shalit por milícias palestinas.
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, expressou hoje em comunicado sua "comoção" com a operação militar israelense em uma área residencial de Beit Hanoun, e reiterou seu pedido para que o Governo israelense "interrompa de forma imediata suas operações militares na Faixa de Gaza".
"Não conseguiremos mudar a situação com declarações. É necessário que as partes cooperem e atuem de forma efetiva", afirmou.
Annan disse ter entrado em contato, no fim de semana passado, com o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, para pedir que "aja com a máxima moderação possível", e com o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, para que impeça o lançamento de mísseis Katyusha.
"Espero que outros que tenham poder de influência façam o mesmo", afirmou Annan.
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