JERUSALÉM - Israel convocou ontem milhares de reservistas e concentrou um grande contingente de tanques e outros veículos blindados perto da fronteira libanesa, preparando-se para ampliar sua invasão terrestre do Líbano.
Atualmente, há cerca de 2 mil soldados realizando operações no extremo sul libanês - segundo fontes militares. Eles rastreiam a região à procura de túneis e depósitos de armas do grupo xiita Hezbollah. Uma invasão em massa é iminente, informou ontem a TV americana NBC News, citando “fontes no setor de inteligência’.
O Exército também pediu na quarta-feira que a população local abandone a região.
Apesar dessa ampla movimentação, oficiais do Exército israelense insistiram que a operação será limitada e “específica”. Serão atacados apenas alvos seletivos, afirmaram. “Não esperem uma incursão de grande escala no Líbano”, disse um oficial, sob anonimato. “Já estamos no interior do Líbano e as tropas continuarão atuando ali porque essa é a única maneira de agir contra os bunkers do Hezbollah na zona.”
O Ministério da Defesa advertiu que, se houver invasão terrestre e ocupação de território, vai reagir, o que pode escalar o conflito para uma guerra aberta entre Estados.
Por enquanto, apenas o Hezbollah - que controla amplamente o sul do país, de maioria xiita - combate as tropas israelenses. Os 10 dias de bombardeios intensos no Líbano aparentemente não surtiram o efeito esperado por Israel, que sustenta ter destruído mais de 50% da capacidade militar do Hezbollah.
Tática
De acordo com a revista de análise militar britânica Jane’s Defense Weekly, o grupo xiita adota uma tática militar semelhante à dos vietcongues durante a Guerra do Vietnã e construiu uma rede de túneis, “o que o torna um temível adversário para o Exército israelense”, um dos mais bem equipados e treinados do mundo.
Na quinta-feira, quatro soldados israelenses morreram em confrontos com combatentes do Hezbollah num povoado libanês perto da fronteira israelense (inicialmente o Exército confirmou apenas duas mortes).
Desde o início do conflito morreram 350 libaneses e 34 israelenses (19 soldados e 15 civis). Quase 1.600 pessoas ficaram feridas (1.350 libaneses e 231 israelenses). O ministro da Cultura do Líbano, Tariq Mitri, informou hoje que um terço dos mortos eram menores de idade e 23, soldados do Exército (uma base militar foi atacada).
Mitri disse que o restante era civil, mas o Exército de Israel estima ter matado mais de cem militantes do Hezbollah.
Israel iniciou os bombardeios no Líbano depois que militantes do Hezbollah invadiram seu território, no dia 12, e capturaram dois soldados. Outros oito morreram em enfrentamentos. Depois, o grupo passou a lançar foguetes e mísseis contra cidades do norte de Israel.
A aviação e os navios de guerra israelenses impuseram, então, um bloqueio por mar e ar ao Líbano e vem bombardeando cidades em várias regiões, onde alega haver bases do Hezbollah.
Pelo menos quatro libaneses morreram ontem em Baalbek e Tiro. Israel também despeja bombas sobre a principal estrada entre Beirute e Damasco. Mais de 500 mil libaneses fugiram de suas casas.
Ontem, os foguetes voltaram a atingir Haifa e outras cidades israelenses, ferindo 19 pessoas. Na quinta-feira, Israel permitiu a abertura de um corredor humanitário terrestre e marítimo para garantir a saída de milhares de cidadãos de outros países ou libaneses de dupla nacionalidade.
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