RIO - A rede americana de academias Gold's Gym, famosa por atender celebridades - entre elas o governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger - vai abrir em fevereiro de 2006 sua primeira unidade no Brasil.
A inauguração faz parte de um audacioso plano de abertura de 36 academias no País nos próximos 10 anos, com investimentos estimados em US$ 25,2 milhões (cerca de US$ 700 mil por unidade).
O plano de expansão foi elaborado pelo Arcadia Group Corp. (AGC), fundo formado por investidores internacionais, na maioria peruanos e espanhóis, que adquiriu em maio de 2004 a master franquia da rede de academias para o Brasil, Colômbia, Chile, Venezuela e primeira opção para a Argentina, da proprietária americana TRT Holding, com atuação nos ramos hoteleiro e petrolífero.
A Gold's Gym tem como clientes famosos, além do ex-Mister Universo, as atrizes Helen Hunt e Brooke Shields, os atores Mel Gibson e Keanu Reeves e o ex-jogador de basquete Magic Johnson, entre outros.
Inicialmente, explica Josef Balter, gerente geral da Master Franquia Gold's Gym, o fundo utilizará recursos próprios para a abertura de unidades. "Nossa estratégia é crescer rapidamente em número de unidades em São Paulo e também nas outras grandes cidades brasileiras", diz.
"Só começaremos a venda de franquias quando atingirmos a maturidade do negócio e capacitação de pessoal, dentro de dois anos". No momento, entretanto, a AGC negocia com patrocinadores e futuros acionistas.
Seguindo o modelo americano de abertura de academias como âncora de redes varejistas, a exemplo do Wal-Mart, Regal Cinemas, Giant Food e Winn Dixie, a primeira unidade brasileira terá 1,5 mil metros quadrados e será inaugurada junto à nova loja do Carrefour, no Morumbi, zona sul de São Paulo. O hipermercado está em reforma e será aberto no dia 15 de dezembro.
Balter afirma que nos Estados Unidos a academia funciona como um verdadeiro catalizador de novos negócios, fortalecendo e revitalizando os centros comerciais do entorno, com o aumento do fluxo de consumidores.
Modelo peruano
O modelo de negócio que será implantado no Brasil é uma adaptação, segundo Balter, do negócio peruano "já tropicalizado", que inspirou a expansão para outros países através da criação da AGC's Gold's Gym.
A empresa começou a operar no Peru em 1998. Na época pesquisas revelaram que o interesse do público pelo mercado de academias era de apenas 0,1%. Hoje, a filial peruana tem 11 instalações e mais de 26 mil alunos ativos. A rede já representa 50% do mercado de academias do país.
Na prática, o impacto da entrada da marca aumentou o interesse local para 1%. Mas a realidade no Brasil é bem diferente. Pesquisas revelam que o interesse médio estimado dos paulistanos, por exemplo, é de 1,5% a 2%.
O número é baixo quando comparado aos Estados Unidos (14%), mas animador, principalmente quando se considera o baixo alcance das academias na classe média (aproximadamente 35 milhões de famílias no Brasil), que é o alvo principal da empresa.
"Queremos promover a democratização das academias", brinca Balter com o bordão publicitário da rede de fast food americana Burger King, concorrente do McDonald's que entrou recentemente no País.
O plano dos investidores é a abertura de unidades de 1,2 mil a 2 mil . O custo mensal por aluno estimado será de US$ 40 a US$ 50 e o faturamento médio por academia está estimado em US$ 1,2 milhão por ano. Estatísticas da empresa mostram que a taxa de insucesso das operações é inferior a 3%.
Segundo o executivo, a rentabilidade do negócio se dará logo nos primeiro meses, durante o período de pré-abertura para proprietários de empresas e outras academias. No Peru foi registrado um rendimento entre US$ 200 mil e US$ 300 mil, nos quatro meses anteriores à abertura da academia.
Outras vantagens são a venda ou locação de negócios dentro da academia (lanchonete, nutricionista, massagista, cabeleireiro). Na filial brasileira já está confirmado a abertura de uma loja de produtos esportivos com a grife Gold's Gym.
Marketing
A democratização das academias proposta pela Gold's Gym é bem diferente da praticada pela rede de alimentos compatriota. Ao invés de grandes investimentos publicitários, os investidores apostam na força da marca para conquistar freqüentadores. A meta: uma média de 2,6 mil clientes por unidade no período de consolidação do negócio.
Nos Estados Unidos, a força da marca já é comprovada. Em pesquisa recente, mais de 100 milhões de americanos afirmaram conhecer a Gold's Gym. "É a marca mais forte e respeitada das redes de academias americanas", afirma Balter.
Ele reconhece, porém, que existe um longo trabalho a ser feito no Brasil. "Isso não significa que vamos gastar R$ 1 milhão em publicidade", comenta. A estratégia é utilizar a própria academia como instrumento de divulgação. "É um marketing de resultados", afirma.
Segundo Balter, o objetivo é reduzir o custo para os clientes: "O investimento em marketing sai do bolso do cliente e queremos ter preços competitivos". A empresa fará ações localizadas em rádios, jornais e revistas para divulgação da academia. O principal trunfo, porém, será o boca-a-boca.
A Gold's Gym abriu ontem um quiosque no Shopping Jardim Sul, em São Paulo, vizinho ao empreendimento. Nele será realizado a pré-venda de pacotes para a academia com descontos de 30% a 35%, em relação ao preço regular. "É um prêmio para as pessoas que apostarem conosco", afirma.
A empresa foi criada em 1965 na cidade de Venice Beach, no estado da Califórnia (EUA) e ficou conhecida como a "Meca da fisicultura". Paralelamente à abertura brasileira, a AGC desenvolve projetos no Chile, Colômbia e Venezuela.
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