SÃO PAULO - O Papa João Paulo II, o rosto coberto por um véu de seda branco, será enterrado na sexta-feira na cripta da basílica de São Pedro, no túmulo de João XXIII, ao término de uma missa solene de três horas de duração.
Pela primeira vez durante um enterro de um papa, o rosto do morto será coberto pelo véu, informou nesta terça-feira o cardeal Piero Marini, mestre das cerimônias litúrgicas do Vaticano.
"É uma grande novidade", destacou. Antes da missa fúnebre, o corpo de João Paulo II será colocado num caixão de cipreste durante uma cerimônia na basílica de São Pedro, e será neste momento que Marini e o secretário particular do Papa falecido cobrirão o rosto de João Paulo II com o véu.
Antes disso, os participantes desta cerimônia restrita terão pronunciado a seguinte oração: "Que seu rosto, que acaba de ser retirado de nossa vista, contemple Tua beleza e Te confie seu rebanho, eterno Pastor".
O cardeal camerlengo, Eduardo Martinez Somalo, aspergirá em seguida água benta no corpo, antes que Marini coloque no caixão uma pequena bolsa contendo medalhas cunhadas durante os 26 anos do pontificado de João Paulo II.
"Serão medalhas de prata e de bronze, e não moedas atuais como a lira ou o euro", ressaltou o cardeal Marini.
No passado, moedas italianas utilizadas durante o pontificado eram colocadas no caixão do papa.
Durante esta cerimônia, monsenhor Marini lerá um texto resumindo brevemente a vida do Sumo Pontífice, e o documento será em seguida enrolado, colocado num tubo de chumbo e depositado no caixão.
Marini se manteve vago sobre a presença de um pouco de terra polonesa dentro do caixão de João Paulo II. "Há tantos pedidos a considerar...", limitou-se a declarar, dando a entender que este ato não estava incluído na cerimônia.
O caixão de João Paulo II será em seguida carregado até a entrada da basílica de São Pedro, onde a missa fúnebre, à qual assistirão cerca de 200 dirigentes e personalidades procedentes do mundo inteiro, será presidida de 08H00 a 11H00 GMT pelo cardeal alemão Joseph Ratzinger, decano do Sacro Colégio.
João Paulo II, que tem em suas mãos o rosário "que o acompanhou durante toda a sua vida", será em seguida enterrado no lugar de João XXIII na gruta da basílica de São Pedro.
"O Santo Padre queria ser sepultado na terra", lembrou o porta-voz do Vaticano, Joaquin Navarro-Valls. O caixão de cipreste será colocado dentro de um segundo de zinco, e dentro de um terceiro de carvalho.
A sepultura de João XXIII, morto em 1963, foi desocupada em 2000, quando João Paulo II celebrou a missa de beatificação do "bom Papa João" e mandou transferir seu caixão à capela de São Jerônimo, dentro da basílica.
João Paulo II repousará ao lado de seu antecessor João Paulo I, morto 33 dias após sua eleição em 1978, e dos papas Benedito XV, Inocêncio IX, Júlio III e Paulo VI.
Perto do túmulo de Paulo VI, logo abaixo do grande altar da basílica, está uma sepultura considerada pelos arqueólogos como sendo a de São Pedro.
A basílica de São Pedro permanecerá aberta ao público até a noite de quinta-feira, e será fechada por algumas horas na madrugada de sexta-feira para preparar o funeral.
As personalidades que chegarão a tempo ao Vaticano poderão, se assim o desejarem, se recolher diante do corpo de João Paulo II, e se beneficiarão de um percurso preferencial.
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