MARANHÃO - Fazendeiros são alvos de uma operação da Polícia Federal, que combate a extração ilegal de ouro em Área de Proteção Ambiental do Maranhão das Reentrâncias Maranhenses. Um suspeito foi preso, no município de Godofredo Viana, nesta quarta-feira (27), após policiais encontrarem, em sua residência, armas de fogo e 415 gramas de ouro avaliado em R$ 127.209,95.
Foram cumpridos ainda, quatro mandados de busca e apreensão em Godofredo Viana e outros dois em São Luís, sendo cinco em domicílios, e um em toda a área do garimpo ilegal, que devido à enorme extensão, foi dividido em 12 zonas.
Durante a investigação, foram identificadas as pessoas envolvidas na atividade de garimpo ilegal. Donos das terras (pai e filho) cobravam aos garimpeiros um percentual do valor do ouro extraído no local. Segundo a PF, um dos investigados já foi prefeito do município de Godofredo Viana, e é réu pela mesma prática dos crimes sob investigação, decorrente de outro inquérito policial.
Esta operação tem o objetivo de reprimir a extração ilegal de minério e danos ambientais. A ação foi realizada pela Polícia Federal no Maranhão, com o apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e do Centro Tático Aéreo do Maranhão e recebeu o nome de operação Grimpas - Dupla Usurpação.
A operação é decorrente de elementos de informações coletados no curso de inquérito policial, que foi instaurado para apurar atividade de mineração clandestina, com utilização de tratores, escavadeiras, dentre outros equipamentos voltados ao beneficiamento de ouro.
Ao longo da apuração, constatou-se que a atividade clandestina funcionava com a utilização de dragas, bicos de jato e escavadeiras hidráulicas, causando diversos danos ambientais, como a supressão de vegetação, a erosão do solo, a contaminação dos corpos hídricos, decorrentes do uso de mercúrio, além da destruição de habitats naturais.
Na ação, com amparo na ordem judicial e em decreto federal, foram apreendidos e, depois, destruídos equipamentos voltados para a extração e beneficiamento do ouro retirado de forma ilegal.
Os investigados responderão pela prática de contrabando, receptação qualificada e diversos crimes ambientais previstos na Lei 9.605/98, além do crime de usurpação de bens da União, por explorar sem autorização legal recurso mineral, bem pertencente à União, o que causa graves prejuízos aos cofres públicos, já que não é recolhido o tributo da Compensação Financeira pela Exploração Mineral.
A ação empregou mais de 130 agentes públicos, incluindo Polícia Federal, IBAMA e Secretaria de Segurança Pública do Maranhão. O Comando de Operações Táticas (COT), o Grupo de Pronta Intervenção (GPI) - ambos grupos especializados da Polícia Federal - e o Centro Tático Aéreo da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão também participaram da operação.
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