MARANHÃO - O Maranhão teve um aumento de 58% nos focos de incêndios registrados no Estado. Este ano, cerca de 2269 focos de incêndio já foram registrados entre os meses de janeiro a junho, número maior que o contabilizado no mesmo período de 2022.
Só no mês de junho, foram contabilizados 1097 focos, sendo a maioria concentrada nas regiões de cerrado. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Maranhão chegou, neste fim de semana, à segunda posição no ranking de unidades federativas com o maior número de queimadas, atrás apenas do Mato Grosso.
Em destaque, estão as cidades de Balsas e Mirador, que estão na lista dos dez municípios brasileiros com maior número de queimadas. No Sul do Estado, onde está concentrada a maior parte da produção agrícola do Maranhão, os agricultores passaram a adotar medidas preventivas para evitar que o fogo atinja as lavouras de milho, cujo processo de colheita está sendo realizado em meio a condições climáticas mais secas.
Além disso, teme-se que as queimadas atinjam a palhada [restos de plantação deixados no solo como adubo], já que a queima da palhada resulta na perda de nutrientes do solo, podendo levar até cinco anos para sua recuperação. Conscientes dos riscos, a Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja-MA) tem enfatizado a necessidade de intensificar as medidas de prevenção, bem como fortalecer a fiscalização dos órgãos ambientais e da polícia para combater os incêndios criminosos.
“Todo agricultor já vem fazendo as suas contenções e, também, se precavendo nessa colheita. Perto do cerrado, na beira das estradas, [os produtores] vêm fazendo essas contenções, para não haver a queima do solo, que é o material que fica ali, mas também a queima no cerrado”, disse o vice-presidente da Aprosoja-MA, José Carlos de Paula.
O Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA) está em alerta em relação às queimadas em áreas urbanas e rurais. O órgão orienta a população a evitar o uso do fogo na limpeza de terrenos, buscando alternativas mais seguras e sustentáveis.
“A confecção de aceiros ao redor da área de plantio. Caso tenha que efetuar alguma limpeza de terreno, e que seja, de fato, o uso do fogo uma opção, que [o cidadão] entre em contato com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA-MA), para se fazer a queimada de forma regular, que é a queima controlada; que é uma queima autorizada, junto à SEMA-MA, e não efetuar o uso do fogo, senão dessa forma. Caso contrário, efetuar e procurar meios sustentáveis de manejo da terra”, observou o Capitão do Corpo de Bombeiros do Maranhão, Marlon Cruz.
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