Pesquisa

HPV: estudo mostra que São Luís teve o menor índice vacinal entre as capitais do Nordeste

Levantamento foi divulgado pela Fundação do Câncer.

Imirante.com

Atualizada em 28/03/2023 às 09h11

MARANHÃO - São Luís foi a capital do Nordeste com menor cobertura vacinal contra o HPV (Papilomavírus humano) na primeira dose (51,4%) e na segunda (36,7%). Ainda no Nordeste, o Maranhão é o Estado com menor adesão à vacinação contra o HPV entre os meninos: 39,7% na primeira dose e 27,3% na segunda dose. 

O retrato foi divulgado por um estudo da Fundação do Câncer, marcando o Dia Mundial da Prevenção do Câncer de Colo do Útero, celebrado nesse domingo (26). O levantamento tem como base os registros de vacinação do PNI de meninas entre 9 e 14 anos, no período de 2013 a 2021, e meninos de 11 a 14 anos, entre 2017 e 2021. Veja:

COBERTURA VACINAL CONTRA O HPV, POPULAÇÃO FEMININA ENTRE 9 E 14 ANOS - 2013 A 2021 E POPULAÇÃO MASCULINA ENTRE 11 E 14 ANOS - 2017 A 2021 E TAXAS BRUTAS* DE INCIDÊNCIA E DE MORTALIDADE POR CÂNCER DO COLO DO ÚTERO NAS CAPITAIS BRASILEIRAS.

(Arte: Reprodução/Fundação do Câncer) / *POR 100 MIL MULHERES
(Arte: Reprodução/Fundação do Câncer) / *POR 100 MIL MULHERES

COBERTURA VACINAL CONTRA O HPV NO MARANHÃO, POPULAÇÃO FEMININA ENTRE 9 E 14 ANOS - 2013 A 2021 E POPULAÇÃO MASCULINA ENTRE 11 E 14 ANOS - 2017 A 2021 - 1ª DOSE / 2ª DOSE

(Arte: Reprodução/Fundação do Câncer)
(Arte: Reprodução/Fundação do Câncer)

No Maranhão, ainda segundo o estudo, há 22 novos casos de câncer do colo do útero para cada 100 mil mulheres, a maior taxa de incidência do Nordeste. É onde também se encontra a maior taxa de mortalidade por câncer do colo do útero da região, 10 mortes para cada 100 mil mulheres. 

Em todo o Brasil, a cobertura vacinal da população feminina entre 9 e 14 anos alcança 76% para a primeira dose e 57% para a segunda dose. A adesão à segunda dose é inferior à primeira, variando entre 50% e 62%, dependendo da região. Na população masculina entre 11 e 14 anos, a adesão à vacinação contra o HPV é inferior à feminina no Brasil como um todo. A cobertura vacinal entre meninos é de 52% na primeira dose e 36% na segunda, muito abaixo do recomendado. A Região Norte apresenta a menor cobertura vacinal masculina, de 42% na primeira dose e de 28% na segunda. O estudo completo pode ser acessado no site da Fundação do Câncer.

Para a cobertura vacinal, o estudo utilizou as informações oriundas das bases de dados do Ministério da Saúde sobre a vacinação contra o HPV, contendo as informações sobre cobertura vacinal (CV), por sexo e faixa etária entre 9 e 14 anos, podendo a segunda dose ter sido aplicada aos 15 anos nos períodos de 2013 a 2021 para o sexo feminino e de 2017 a 2021 para o sexo masculino, correspondendo aos anos de inclusão da vacina no Programa Nacional de Imunização (PNI) em ambos os sexos. Para a taxa bruta de incidência do câncer do colo do útero (C53), foram utilizadas as informações da Estimativa de Câncer no Brasil - 2023, do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Já as taxas brutas de mortalidade para o câncer do colo do útero (C53) foram obtidas no Atlas de Mortalidade do INCA, para o período de 2016 a 2020.

Vacina

A consultora médica da Fundação do Câncer, Flávia Corrêa, disse que a cobertura vacinal é menor para os meninos, tanto na primeira quanto na segunda dose, porque as pessoas ainda não entenderam que a vacinação de meninos é necessária não só para proteger as meninas do câncer de colo do útero, mas porque traz benefícios também para os representantes do sexo masculino. Ao vacinar ambos os sexos, diminui a disseminação do vírus, explicou.

Além de proteger as meninas e mulheres contra o câncer de colo do útero, os meninos podem ser beneficiados com a vacina para evitar câncer de pênis, de orofaringe, câncer de boca, de ânus, entre outros tipos. Na mulher, a imunização também evita câncer de vulva, vagina, faringe, boca. ”Isso precisa ser bastante divulgado”, observou Flávia Corrêa.

A vacina pode ser aplicada em:

- Meninas e meninos de 9 a 14 anos;
- Pessoas de 9 a 46 anos com imunossupressão e transplantados de órgãos sólidos.

Em São Luís, basta procurar a unidade de saúde mais próxima.

A rede estadual está convocando crianças e adolescentes, de 9 a 14 anos, para a vacinação. Veja onde:

  • Policlínica Vinhais: de segunda sexta - 8h às 12h / 13h30 às 17h
  • Policlínica Cidade Operária: de segunda sexta - 7h às 12h / 13h às 17h e aos sábados - 8h às 12h
  • Policlínica Vila Luizão: de segunda sexta - 8h às 12h / 14h às 17h 

 

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) informou que, em 2022, o percentual de doses aplicadas no público feminino foi de 36,7%, enquanto no público masculino foi de 16,8%. A meta para ambos os públicos era de 80%. Veja a nota na íntegra:

"A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) informa que, devido à instabilidade do sistema, não foi possível obter os dados referentes à aplicação da vacina contra HPV, em 2023. E ressalta que, em 2022, o percentual de doses aplicadas no público feminino foi de 36,7%, enquanto no público masculino foi de 16,8%. A meta para ambos os públicos era de 80%.

A Semus reforça que, a fim de facilitar o acesso à imunização, a vacina contra o HPV é disponibilizada de segunda à sexta em todas as Unidades Básicas de Saúde e aos sábados nas Unidades Saúde na Hora. Outra medida desenvolvida neste sentido é a realização pontual de ações de multivacinação".

A pasta da saúde do Maranhão também revelou os números da cobertura vacinal contra HPV até 2022. Veja a íntegra da nota:

"A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que, entre 2014 e 2022, o Maranhão teve uma cobertura acumulada de 46,56%, referente à segunda dose da vacina contra HPV em meninas de 9 a 14 anos. Nos meninos, na faixa etária de 11 a 14 anos, tivemos uma cobertura acumulada, dos anos de 2017 a 2022, de 24,04%.

A SES pontua ainda que a meta é de 80% de cobertura vacinal proposta pelo Ministério da Saúde e que a vacina está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde no Estado do Maranhão".

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