Genética

Novas cultivares de arroz da Embrapa são apresentadas a produtores maranhenses

Na atual safra 2021/2022, 80% da área ocupada com cultivares de arroz são da Embrapa.

Imirante.com

Produtores tiveram acesso a informações sobre as principais cultivares de arroz durante dia de campo
Produtores tiveram acesso a informações sobre as principais cultivares de arroz durante dia de campo (Divulgação)

Cerca de 80 produtores de arroz do Maranhão tiveram acesso a informações técnico-científicas sobre as principais cultivares de arroz recomendadas para o estado em dia de campo realizado na Fazenda Sapucaia, em São Mateus. Os pesquisadores Paulo Hideo Rangel, da Embrapa Arroz e Feijão, e Guilherme Abreu, da Embrapa Cocais, detalharam as características agronômicas das cultivares de arroz.

Segundo Carlos Santiago, coordenador do evento, a genética Embrapa causou uma revolução na cadeia produtiva do arroz no Maranhão. A título de exemplificação, no ano de 2015, a área de arroz irrigado e sequeiro favorecido utilizava apenas algo em torno de 25% de cultivares com genética Embrapa, hoje, na safra 2021/2022, são 80% da área ocupada com cultivares da Embrapa. 

"Esse é um salto significativo em produtividade e qualidade de grãos. Temos produtores colhendo uma média de 7.500 kg por hectare em grandes áreas de cultivares, como BRS PAMPEIRA E BRS A704, sendo que todas essas cultivares têm um potencial muito superior a ser explorado. Avançamos muito, mas ainda temos um longo caminho pela frente até estabelecer uma média superior a oito toneladas por hectare na região de São Mateus. O evento foi um grande sucesso e é dessa forma que levamos aos produtores o que existe de melhor em genética para a região tropical do Brasil", ressaltou Santiago.

O evento também discutiu a produção de sementes e cultivares disponíveis para comercialização e o panorama do arroz no Maranhão e no Brasil com a participação de representantes da Brazeiro Sementes, Sementes Cerattiii e Camil Alimentos.

Saiba mais sobre as cultivares: 

BRS Catiana: é uma cultivar de arroz irrigado de ampla adaptação e alta produtividade; excelência em qualidade de grãos e senescência tardia (stay green), o que reduz o risco de acamamento. Possui ainda resistência moderada às principais doenças encontradas nas lavouras de arroz irrigado. É recomendada para o Maranhão e, nesse estado, já apresentou produtividade de 12.760 kg ha-1, com ciclo médio de 120 dias.

BRS Pampeira: A cultivar apresenta ciclo médio (118 dias no Maranhão), com qualidade de grãos e elevado potencial produtivo. Não apresenta problema de acamamento e possui moderada resistência a enfermidades da cultura. A BRS Pampeira originou-se de cruzamento simples, envolvendo a variedade IR 22 (genitor feminino), introduzida do Instituto Internacional de Pesquisa em Arroz (IRRI), e a linhagem CNA 8502, que visava reunir maior resistência à brusone, rusticidade, qualidade de grãos e potencial produtivo, alcançando patamares de 15.360 kg ha-1 no Maranhão.

BRS A704: cultivar de arroz irrigado de ciclo médio, com rusticidade e ampla adaptabilidade às regiões tropical e subtropical. Possui elevado potencial produtivo, tolerância ao acamamento, presença de "stay green" e base genética ampla para resistência à brusone, principal doença da cultura. No Maranhão apresentou potencial produtividade de 13.260 kg ha-1 e ciclo médio de 120 dias.

BRS A502: As principais características são a elevada resistência ao acamamento, ciclo médio, alto potencial produtivo e grãos de excelente qualidade industrial e culinária. É uma cultivar para o sistema de terras altas (sequeiro) que pode ser utilizada em diversas condições de cultivo, incluindo a rotação e a sucessão de culturas em áreas sob agricultura intensiva (terras velhas) nas principais regiões produtoras do Brasil. No Maranhão,  essa cultivar apresentou potencial produtivo de 7.000 kg ha-1 e ciclo médio de 100 dias.

BRS A705: Essa cultivar tem elevada produtividade (potencial produtivo de 12.000 kg ha-1 no Maranhão), resistência às principais doenças da cultura, ciclo precoce (105 dias no Maranhão, o que proporciona economia de água de irrigação), estatura baixa e boa resistência ao acamamento, mesmo em condições elevadas de adubação. Além disso, a nova cultivar apresenta ótima qualidade de grãos do tipo longo-fino, padrão de preferência nacional.

BRS A706: lançada este ano, a CL A cultivar BRS A706 CL foi desenvolvida pelo método de retrocruzamentos com uso da BRS Catiana como parental recorrente, e da PUITÁ INTA-CL, como parental doador do gene de resistência a herbicidas do grupo químico das imidazolinonas (IMI) do Sistema de Produção Clearfield®️ (BASF). O objetivo foi desenvolver uma nova cultivar derivada de BRS Catiana, agregando resistência a herbicidas IMI às ótimas características agronômicas dessa cultivar: elevado potencial produtivo, tolerância ao acamamento, presença de stay green e boa resistência às principais doenças da cultura. Apresenta um potencial produtivo de 11883 Kg ha-1 e ciclo médio de 110 dias no Maranhão.

 

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