Transporte público

Negociações entre rodoviários e empresários avançam em audiência de mediação em São Luís

Acordo entre sindicatos, entretanto, ainda não foi confirmado; nova audiência será realizada nesta sexta-feira (25).

Imirante.com, com informações do MPT-MA

Atualizada em 26/03/2022 às 18h14
Rodoviários e empresários continuam se reunindo em busca de acordo.
Rodoviários e empresários continuam se reunindo em busca de acordo. (Foto: Adriano Soares/Imirante.com)

SÃO LUÍS - A terceira audiência de mediação entre o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (Sttrema) e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) foi realizada nesta quinta-feira (24), pelo Ministério Público do Trabalho no Maranhão (MPT-MA), com o objetivo de encontrar uma solução para a greve no transporte público da Grande Ilha de São Luís, que está suspensa desde a tarde do último sábado (19), após quatro dias de paralisação.

De acordo com a nota divulgada pelo MPT-MA, houve avanços nas negociações entre rodoviários e empresas de transporte, porém, ainda não foi celebrado um acordo. O Sttrema e o SET terão uma quarta rodada de negociações na manhã desta sexta-feira (25), a partir das 11h, na sede do MPT-MA, no bairro Calhau, em São Luís.

Além do Sttrema e do SET, a mediação do MPT-MA também conta com a participação do Município de São Luís e do Governo do Estado do Maranhão, poderes concedentes do serviço de transporte coletivo. Juntos, estes atores discutem as cláusulas sociais e econômicas da convenção coletiva de trabalho dos empregados do setor.

Greve suspensa

O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (Sttrema) confirmou, em Assembleia Geral realizada no último sábado (19), a suspensão da greve no transporte público da Grande Ilha de São Luís. Em ofício encaminhado ao Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) e assinado pela advogada Valuzia Maria Cunha Santos, o Sindicato dos Rodoviários disse que continuará buscando a solução dos conflitos sobre reajuste salarial e solicitou uma reunião com o SET.

A nota do Sindicato dos Rodoviários repudiou ainda a ação de guardas municipais, que conduziram três membros da diretoria do Sttrema para a Superintendência da Polícia Federal no último sábado (19). "Esses agentes públicos não possuem poder de polícia. A atividade deles se resume a segurança patrimonial municipal, o que não era o caso", criticou o sindicato.

Ônibus voltam a circular em São Luís

Após quatro dias de greve, os veículos do transporte público da Grande Ilha de São Luís voltaram a circular no último sábado (19). A informação foi confirmada pelo prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PODEMOS), em seus perfis nas redes sociais.

A medida atende a uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA), determinando que a Prefeitura de São Luís e o SET garantissem o funcionamento regular do transporte público na Grande Ilha de São Luís em até 48 horas.

Equipes da Guarda Municipal de São Luís e agentes de trânsito acompanharam a saída dos ônibus das garagens em São Luís, com o objetivo de garantir o cumprimento da determinação judicial.

Greve

Os rodoviários de São Luís deflagraram uma greve geral do transporte público da Grande Ilha de São Luís nas primeiras horas do dia 16 de fevereiro. O Sttrema alega que não chegou a um acordo com o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros (SET): além do reajuste de 15% nos salários, os rodoviários reivindicam um ticket-alimentação de R$ 800, inclusão de um dependente no plano de saúde, regularização dos salários atrasados e emprego assegurado para os cobradores de ônibus.

Na semana anterior ao início da greve, em audiência no Ministério Público do Trabalho do Maranhão (MPT- MA), os empresários fizeram uma proposta para os trabalhadores de conceder reajuste salarial de 5%, mediante a demissão de todos os cobradores do sistema. A proposta foi considerada desrespeitosa pela categoria, que alega que o percentual oferecido não chega nem próximo das perdas inflacionárias sofridas no decorrer do último ano e que está fora de cogitação qualquer possibilidade de demissão de trabalhadores do sistema.

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