Preservação ambiental

Seca no nordeste prejudica desenvolvimento da Caatinga

Segundo pesquisador, as culturas mais resistentes estão sumindo.

Divulgação

Atualizada em 27/03/2022 às 11h51

MARANHÃO - O Brasil possui seis biomas diferentes, porém apenas um é exclusivamente verde e amarelo: a Caatinga, que também é conhecida por “Mata Branca”, seu significado em tupi. Ocupando 11% do território nacional, ela se espalha por nove Estados nordestinos, entre eles o Maranhão, além de áreas no norte de Minas Gerais. Mais de 25 milhões de brasileiros vivem em seu domínio, segundo dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), além de diversas espécies da fauna e flora.

[e-s001]

Apesar dessas características, sua biodiversidade ainda é desconhecida. “Quase não temos estudos sobre o bioma”, afirma professor e pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco, Marcelo Tabarelli. Segundo ele, a maioria das instituições acadêmicas e de pesquisa está ao longo da costa brasileira, o que distancia o interesse acadêmico da Caatinga. “Esse vazio faz com que tenhamos poucas informações e isso não estimula ações efetivas para a conservação desse bioma que é extremamente rico”, explica Tabarelli.

A Caatinga possui 24 unidades de conservação federais, sendo que 13 delas são de proteção integral. Entre as espécies protegidas nessas áreas estão: tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), tatu-canastra (Priodontes maximus) e a onça-parda (Puma concolor).

Atualmente, o bioma “chora”. Porém, é um choro sem lágrimas, pois a seca da região chega a três anos em alguns municípios. “Os modelos de previsão indicam redução de chuvas para o semiárido, o que é extremamente preocupante”, afirma Tabarelli. Segundo ele, até mesmo as culturas mais resistentes estão sumindo. “A mandioca, que está entre os itens mais importantes da região e as culturas mais resistentes, não está aguentando. A produção está pequena”, afirma.

Para Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, instituição que já apoiou 71 iniciativas para a proteção da Caatinga, é preciso agir rápido e investir em mais pesquisas frente aos grandes desafios. “É necessário gerar mais conhecimento sobre a Caatinga para que seja possível propor políticas públicas efetivas de conservação, contribuindo para a proteção de espécies e ecossistemas desse importante bioma”, conclui.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.