Paço do Lumiar

Presidente da Câmara de Paço do Lumiar pode ser indiciado pela Polícia Federal

O vereador Alderico Campos deve prestar depoimento nesta quinta-feira, na sede do órgão.

Imirante com informações da Rádio Mirante AM

Atualizada em 27/03/2022 às 12h15

SÃO LUÍS - O vereador Alderico Campos (DEM), presidente da Câmara Municipal de Paço do Lumiar, município da região metropolitana da capital maranhense, deve comparecer nesta quinta-feira à sede da Polícia Federal no bairro da Cohama, onde prestará depoimento e pode ser indiciado pelo delegado Felipe Cardoso Soares que comanda as investigações.

Segundo informações, Alderico é apontado como um dos beneficiados pela quadrilha que atuou no Município durante à gestão da Prefeita Bia Venâncio, afastada do cargo no período da Operação Allien. O indiciamento de Alderico Campos não tem à adoção de Medida Cautelar pelo TRF. O parlamentar deve sair da Superintendência da PF sem tornozeleira eletrônica.

Investigação

O indiciamento do parlamentar municipal faz parte da investigação da Operação Allien, realizada no mês de setembro deste ano. Nessa Operação que localizou suspeitos nos municípios de Paço do Lumiar, São Luís, Ribamar e Igarapé Grande, os investigares da PF e integrantes da CGU (Controladoria Geral da União), descobriram um esquema de desvio de recursos da educação na ordem de R$ 15 milhões que foram repassados pelo Governo Federal.

A Justiça Federal adotou medidas cautelares por meio de Tornozeleiras Eletrônicas em todos os indiciados que até hoje estão sendo monitorados. Pelas informações, o Presidente da Câmara de Paço do Lumiar, está sendo indiciado porque foi um dos beneficiados pela quadrilha que atuou no Município durante à gestão da Prefeita Bia Venâncio, afastada do cargo no período da Operação Allien.

Entenda o Caso

Cerca de 90 policiais federais realizaram no dia 20 de setembro deste ano, uma grande operação – denominada 'Allien' – contra desvios de recursos federais da Educação em Paço do Lumiar (município da Grande Ilha de São Luís). Mais de R$ 15 milhões teriam sido desviados. A ação foi resultado de um trabalho conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU).

Medidas cautelares de detenção domiciliar foram decretadas para 19 pessoas – entre elas a prefeita de Paço, Glorismar Rosa Venâncio, a 'Bia Venâncio' (PSD), 58 anos, e seu filho, o vereador Thiago Rosa da Cunha Santos Aroso (também do PSD), 26, que já estão sendo monitorados por tornozeleiras eletrônicas. O monitoramento é por tempo indeterminado.

A mesma medida foi aplicada a três auxiliares de Bia: Francisco Morevi Rosa Ribeiro (ex-secretário de Orçamento e Gestão), Eduardo Castelo Branco (secretário de Orçamento e Gestão) e Cinéias de Castro (secretário de Obras). Os outros 14 monitorados são servidores públicos e empresários ligados à quadrilha. Todos os investigados estão afastados de suas funções – inclusive a prefeita.

A operação 'Allien' também cumpriu 20 mandados de busca e apreensão. Foram apreendidos R$ 255 mil, uma arma de fogo, 35 computadores, documentos e cinco carros de luxo.

Os policiais estiveram em residências e escritórios localizados em três municípios: Paço do Lumiar, Igarapé Grande, São José de Ribamar e São Luís.

De acordo com a PF, recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) e do Pnate (Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar), recebidos pela prefeitura de Paço do Lumiar, eram desviados por meio de empresas fantasmas e falsificação de documentos.

O ex-vereador de Paço, Edson Arouche Júnior, o 'Junior do Mojó', seria dono de uma dessas 'empresas fantasmas'. Ele renunciou em março, após ser acusado de envolvimento em assassinatos e grilagem de terras. O cargo foi ocupado por Thiago Aroso, agora investigado.

Tornozeleiras

Em entrevista coletiva à imprensa, o superintendente da PF no Maranhão, Cristiano Barbosa Sampaio, disse que 'por conta de uma modificação na lei penal, o pedido de prisão deve ser considerado como última forma, razão pela qual o Tribunal Regional Federal da 1º Região determinou o uso das tornozeleiras eletrônicas'.

Sampaio informou, ainda, que, 'por meio de GPS, as tornozeleiras mostrará em tempo real e 24 horas por dia cada passo dos investigados'.

O delegado federal Felipe Soares Cardoso, presidente do inquérito, explicou que os suspeitos que estão usando a tornozeleira eletrônica, devem ficar recolhidos às suas residências no período noturno, bem como nos finais de semana e nos dias de folga.

Eles estão também, proibidos de ter acesso ao prédio da prefeitura de Paço do Lumiar, de ausentar-se da cidade sem prévia autorização judicial e de manter contato com os outros investigados.

- A desobediência a qualquer dessas determinações poderão implicar na revogação das medidas impostas e terá como consequência a decretação de prisão preventiva - disse Cardoso.

Segundo a PF, as investigações tiveram início após uma denúncia de um ex-funcionário da prefeitura de Paço do Lumiar, que apontou fortes indícios de verbas federais desviadas desde 2009.

- Convidamos a CGU a atuar conosco e descobrimos saques milionários sem contraprestação, licitações ganhas e serviços pagos, bem como reformas escolares, sem a execução das obras, tudo por meio de empresas fantasmas. O ex-vereador Júnior do Mojó aparece como sócio de uma das empresas fantasmas, que realizou reformas em escolas públicas - afirmou Felipe Cardoso.

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