Caso Décio Sá

Aluísio Mendes: 'Ofensas não serão rebatidas'

Em fala indignada, deputado chamou Aluísio de 'moleque travestido de secretário'.

Saulo Maclean/O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h20

SÃO LUÍS - O secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes, afirmou ontem, em entrevista por telefone a O Estado, que não vai rebater as ofensas lançadas pelo deputado estadual Raimundo Cutrim (PSD), durante seu discurso na tribuna da Assembleia Legislativa do Maranhão. De Brasília, onde participava de uma reunião com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, Mendes lamentou a atitude do parlamentar e disse que esta não é a maneira correta de o político se defender das denúncias de ser ele o suposto "principal mandante" da morte do jornalista Décio Sá.

Em sua fala indignada, Raimundo Cutrim chegou a chamar Aluísio Mendes de "moleque travestido de secretário", sugerindo que o atual secretário de Segurança e a equipe de investigadores do inquérito tivessem forjado o depoimento do pistoleiro paraense Jhonatan de Sousa Silva, de 24 anos, ao classificar o executor confesso do crime como um "papagaio ensaiado" - veja o pronunciamento na íntegra. Em sua autodefesa acalorada, o deputado estadual também desabafou contra o titular da pasta, afirmando que o mesmo "não tem condições de ser nem faxineiro, quanto mais secretário".

"Não é atacando um secretário de Estado que o deputado (Raimundo Cutrim) vai se defender das denúncias que, agora, recaem sobre si, muito menos justificar ou não o surgimento do seu nome no depoimento de um assassino confesso de um crime de repercussão mundial, como é o caso. A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão entende que as providências acerca do parlamentar precisam ser mantidas em um trabalho de investigação feito dentro da legalidade, com prudência, e por isso não vamos, de maneira nenhuma, baixar o nível", disse Mendes.

Sobre o ofício endereçado sexta-feira (22), por Raimundo Cutrim ao presidente da comissão investigadora, delegado Jeffrey Furtado - no qual o deputado estadual se coloca "à inteira disposição dessa comissão para quaisquer esclarecimentos", acerca da morte de Décio Sá -, o secretário de Segurança também foi tranquilo em demonstrar que a polícia judiciária não tem pressa. "Ele (Cutrim) será inquirido no momento em que a comissão de delegados entender que ele deve ser ouvido", adiantou Aluísio Mendes, negando já ter encaminhado o pedido à AL.

"O deputado dispõe da prerrogativa de 'foro privilegiado', e para ser interrogado em uma investigação é necessário o aval da Assembleia Legislativa. Porém, mesmo sabendo dessa burocracia, ainda não encaminhamos nenhum requerimento ao Poder Legislativo. Repito: o deputado só será ouvido pela polícia judiciária quando esta julgar necessário. Na hora adequada, ele vai ser inquirido, e poderá se defender de qualquer acusação, mas isso de maneira formal e legal", concluiu o secretário de Segurança, minutos antes de embarcar em um voo de volta a São Luís.

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