SÃO LUÍS - O município de Raposa, distante 30 km de São Luís, será alvo, este mês, de projeto inédito de controle da dengue no país. Desenvolvida pelo governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com a prefeitura local, a ação será lançada nesta quarta-feira (19) e tem como meta principal eliminar todos os focos do criadouro do mosquito Aedes aegypti na Raposa, num prazo médio de seis meses.
O ato público de lançamento do projeto está marcado para às 9h, em frente à prefeitura. O local será tomado por agentes de endemias, além dos comunitários de saúde (ACS), que farão parte do exército da saúde responsável por visitar os 10.600 domicílios situados na Raposa, distribuídos em treze microzonas. O foco da campanha, porém, serão os chamados PEs - pontos estratégicos - para a proliferação dos criadouros do mosquito, entre eles, as borracharias, terrenos baldios e as oficinas mecânicas.
A experiência piloto foi batizada de “Índice Zero - Uma solução simples, eficaz e de baixo custo”. Segundo o coordenador do Programa de Controle da Dengue da SES e idealizador do projeto, José Batista da Silva, o trabalho já vem sendo executado desde o final do ano passado. As primeiras medidas foram de articulação e planejamento, com o monitoramento das medidas de prevenção e controle larvário que já fazem parte da rotina dos servidores do Programa Municipal de Controle da Dengue.
“Esse projeto não é mais uma mobilização, um dia ‘D’. Trata-se de ações sistematizadas, articuladas com metas estabelecidas e que pretende barrar a transmissão da doença com medidas preventivas”, disse o coordenador do programa.
Neste contexto, foram mapeadas as áreas de depósito de lixo e os serviços de limpeza já começaram a ser realizados. José Batista diz que, depois do lançamento, as ações serão intensificadas e as metas acompanhadas de perto. Um dos pontos de mudanças é o tempo de visita aos domicílios. Hoje, em cada ciclo, os agentes levam cerca de dois meses para retornar às casas. Com o projeto, esse período deverá cair para 20 dias úteis. Para isso, foi montada uma força-tarefa com Agentes Comunitários de Saúde (ACS), numa integração entre o setor de epidemiologia e o da atenção básica.
O município mantém, atualmente, 25 servidores, entre agentes de endemia e supervisores. Com o projeto, as ações de controle ganharão o apoio de mais 25 pessoas e envolverá ainda a área de Educação e Comunicação em Saúde e setores de mobilização social do município. A SES também distribuirá cinco mil mantas para a cobertura de tanques e caixas d’água.
“O que a gente precisa fazer é evitar que o Aedes atinja a fase adulta, ou seja, quando ele se transforma em mosquito e fica mais difícil e mais caro combatê-lo. Isso é possível adotando medidas simples para que os mosquitos não se reproduzam. Raposa vai funcionar como laboratório porque a nossa intenção é levar o mesmo trabalho para os municípios com as mesmas características, uma população de cerca de 30 mil habitantes. Cento e sessenta cidades maranhenses têm essa mesma população, o que representa 70% do Estado”, destacou José Batista.
De acordo com dados da SES, até o dia 31 de dezembro de 2010, o Maranhão havia notificado 6.333 casos, contra 2.783 de 2009. Na capital, foram 344 notificações ano passado e no município de Raposa, a estatística apontou 30 casos no mesmo período.
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