CODÓ - Um projeto pioneiro no Maranhão está ensinando os estudantes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), antiga Escola Agrotécnica, Campus de Codó, a cultivar o milho. Não da forma como é feita atualmente em diversas cidades maranhenses, misturada a outras plantações, mas como é cultivado no Sul do Brasil, onde estão os maiores produtores de milho do país.
A técnica foi introduzida na escola pelo professor Hélber Veras Nunes, doutor em Fitotecnia, que é a arte de cultivar e multiplicar as plantas de maneira técnica. Ele estudou, com profundidade, a cultura do milho, defendeu tese, e agora repassa aos estudantes do IFMA como produzir o alimento com qualidade e ainda incrementar as lavouras existentes na região.
“O detalhe é que, mesmo tendo clima e terra favoráveis, o Maranhão não está na lista dos maiores produtores de milho. A razão está na forma de cultivo. A maior produção do estado vem da agricultura familiar, que usa técnicas não recomendáveis. O que eles aprendem é que o milho pode e deve ser cultivado sozinho, obedecendo a alguns critérios para que cresça forte e com uma produtividade mais elevada”, criticou o doutor.
As décadas de roça ensinaram a Manoel Medeiros, lavrador, que o milho deve ser plantado com outras culturas e, até por falta de espaço, é assim que a maioria dos agricultores maranhenses faz. São práticas como essa que os estudantes do IFMA evitarão.
Manoel Medeiros sabe que será uma mudança difícil, mas já compreendeu que para se transformar em um empreendedor rural precisa optar por uma única cultura agrícola. “A gente planta tudo: arroz, milho, mandioca, gergelim, fava e feijão. Não tem esse negócio de dividir a plantação. A gente tem que observar o tamanho da terra para poder plantar, comer e vender também”, disse o agricultor.
Para modificar esta concepção de plantação, o instituto de Codó está formando turmas com capacidade para trabalhar essa mudança de comportamento no setor rural. “Tudo começa com a escolha da semente ideal e na hora de plantar o espaço deve ser respeitado para melhor crescimento”, afirmou Alessandra Araújo da Silva.
“O espaçamento entre fileiras e linhas tem que existir para que haja diminuição de competição entre as plantas”, garantiu a estudante. A adubação é indispensável e tem que ser feita 30 dias após o plantio, de forma localizada para ser mais eficiente.
O certo é separar, pois não haverá competição por nutrientes da terra, nem por luz, que também é essencial. Se as regras forem seguidas, o professor garante que o resto, a terra e o clima completam.
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