ALCÂNTARA - Os alcantarenses têm, a partir de hoje, seis monumentos que foram restaurados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). As obras têm um grande valor cultural não apenas para a cidade, mas para todo o Maranhão. As reformas de restauro do antigo Matadouro Municipal, Casa de Cultura, Anexo do Museu Casa Histórica, Sobrado do Museu Histórico e Artístico de Alcântara, antiga Casa de Câmara e Cadeia e Igreja de Nossa Senhora do Carmo foram iniciadas em agosto do ano passado. Hoje também está sendo lançado o livro/CD “No bater de minha Caixa estou convidando as foliôa”, uma publicação do Iphan.
A solenidade de entrega terá a presença da diretora do Departamento de Apoio e Fomento do Iphan, Márcia Rollemberg; do coordenador do programa Monumenta, Robson Almeida; da Superintendente do Iphan no Maranhão, Kátia Bogéa; do Secretário de Estado da Cultura, Luís Bulcão; e da diretora do Museu Histórico e Artístico do Maranhão, Luisa Raposo.
Além do inestimável valor arquitetônico, o antigo Matadouro Municipal, que foi restaurado, adaptado e equipado, abrigará o primeiro Cine Teatro de Alcântara. O lugar tem capacidade para 48 espectadores e já abrirá com um acervo de 200 títulos. A cidade também receberá a Igreja de Nossa Senhora do Carmo. A edificação, construída nos anos de 1660 a 1690, é de propriedade do Iphan, e teve parte de seu telhado restaurado. A Igreja abriga painéis de azulejo, esculturas nos altares e púlpitos e o retábulo do altar-mor tem talha dourada em estilo rococó, feita na segunda metade do séc. XVIII. No fim do séc. XIX estava em ruínas e passou por várias reformas.
O Museu Histórico e Artístico de Alcântara, criado em 1977, teve sua sede, um casarão do século XIX, restaurado. O prédio, que preserva a fachada revestida de azulejos, traz em seu acervo móveis, louças e obras artes, Além de painéis didáticos que contam a história da cidade.
A Casa de Câmara e Cadeia, atualmente sede da Prefeitura e da Câmara Municipal de Alcântara, já foi também sede do Senado da Câmara e do Poder Executivo da vila de Alcântara. Foi construída antes de 1750 e funcionou como penitenciária entre 1947 e 1965. Desde 1979 abriga Prefeitura e Câmara dos Vereadores. O sobrado número 15 da Praça da Matriz, anexo do Museu Casa Histórica, e o sobrado da Casa da Cultura, na rua das Mercês, também foram restaurados. De acordo com Kátia Bogea, as restaurações foram realizadas com recursos do Iphan. Além dos seis monumentos que serão entregues hoje, mais dois estão em processo de restauração e deverão ser concluídos em julho e outubro deste ano.
Livro
Apresentado ao público ano passado em São Luís, o livro “No bater de minha caixa estou convidando as foliôa”, o livro/CD terá lançamento hoje em Alcântara, como parte da programação de entrega dos monumentos. A publicação, acompanhado por dois CDs, reúne memórias, ladainhas, rituais e imagens das caixeiras que fazem da festa do Divino Espírito Santo daquele município uma das mais tradicionais do Maranhão.
O livro é parte das ações de salvaguarda das Caixeiras do Divino Espírito Santo de Alcântara e tem a chancela do Iphan. Guardiãs de uma cultura que corre sério risco de desaparecer, as caixeiras de Alcântara são responsáveis por conduzir os rituais religiosos dos cultos para o Divino. É delas a função não só de tocar o tambor (caixa) e cantar, mas também o de ensinar e passar adiante os conhecimentos que vem de geração a geração, há séculos.
A pesquisa que deu origem ao livro foi realizada por Marise da Glória Barbosa. O trabalho foi realizado entre setembro e dezembro de 2007, quando o dia-a-dia das caixeiras Marlene Silva (Malá) e Ana Benedita Ferreira (Anica) - que além de irmãs são as únicas caixeiras vivas de Alcântara - foi acompanhado de perto pela pesquisadora.
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