VARGEM GRANDE - Um vaqueiro cultuado como santo. Este é São Raimundo Nonato, não o da Espanha, mas o de Mulundus. Neste fim de semana, começaram as homenagens ao vaqueiro santificado pela fé popular. A festa, que dura doze dias, desperta bem cedo romeiros e moradores em Vargem Grande, a 180 quilômetros de São Luís. Confira a reportagem de Regina Souza, da TV Mirante.
Ainda é noite e os vaqueiros chegam para render homenagens a Raimundo Nonato dos Mulundus, um peão que morreu na caatinga e virou lenda no leste do Maranhão. Aos pés do cruzeiro, o vaqueiro se curva, acende a chama que fortalece a fé.
Quando amanhece, é hora da caminhada. A romaria é realizada há mais de 200 anos. Ela reúne pagadores de promessa de todo o Nordeste. São mais de 100 mil pessoas. Para os romeiros, relembrar a vida de Raimundo Nonato é renovar a fé.
O vaqueiro Raimundo Nonato viveu no povoado de Mulundus. Tinha o mesmo nome de um santo espanhol canonizado pela Igreja. Para os fiéis, isto é muito mais que coincidência. Por toda esta região, o povo acredita em milhares de milagres praticados pelo vaqueiro, que virou santo pela força da fé popular.
O santo vaqueiro não é oficialmente reconhecido pela Igreja. Por isso, quem segue na berlinda é a imagem do xará espanhol. Em um percurso de sete quilômetros, os fiéis se revezam para carregar a berlinda. Todos querem tocar o andor.
A romaria só termina quando chega ao povoado de Paulica, depois de quase três horas de caminhada. A igreja fica lotada para a missa. Do lado de fora, no alto de seus cavalos, os vaqueiros improvisam o aboio, que traduz a fé em São Raimundo.
Durante 12 dias, cerca de 180 mil romeiros devem passar por Vargem Grande.
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