Blog do Décio Sá

Ex-secretários são indiciados por sumiço de colchões

Aderson Lago, Weverton Rocha e Renato Dionísio foram denunciados à Justiça.

Blog de Décio Sá

Atualizada em 27/03/2022 às 13h12

SÃO LUÍS - Os ex-secretário Aderson Lago (Casa Civil), Weverton Rocha (Esporte e Juventude), o assessor dele Arinaldo Rodrigues, o Ari, e o ex-presidente do Ipemar Renato Dionísio, foram indiciados pela polícia e denúnciados à Justiça devido ao desvio de 656 colchões da Defesa Civil. O material deveria ter sido usado no atendimento à vítimas das enchentes no Maranhão, mas serviu para confortar militantes pedetistas durante a “Balaiada”, movimento criado para defender o ex-governador Jackson Lago (PDT).

Segundo relatório da polícia, o Ministério da Intregração Nacional enviou ao estado, em 2008, 75 mil itens formando kits de ajuda humanitária aos desabrigados pelas chuvas. O material foi guardado em depósito da Conab no Porto do Itaqui. Como chegou em setembro daquele ano somente parte foi enviado aos municípios.

“Aconteceu que, ainda em dezembro do ano passado foi realizado um evento social de natureza político-partidária no Casino Maranhense, onde uma grande quantidade de pessoas lá permaneceu durante alguns dias, e desta feita o indiciado Aderson de Carvalho Lago Filho, então chefe da Casa Civil, determinou ao tenente-coronel bombeiro Célio Roberto Pinto de Araújo que repassasse 1.080 colchões com a logomarca ‘Defesa Civil Nacional’, os quais faziam parte dos kits de ajuda humanitária referidos, ao então secretário de Esporte e Juventude, o indiciado Weverton Rocha”, diz o inquérito.

Weverton pediu ao assessor Ari que retirasse os colchões do depósito da Conab e levasse para o Casino onde foram recebidos por Flávio Augusto da Silva Furtado. “Os colchões passaram alguns dias no local e, de lá, parte deles, de forma estranha e sem respaldo legal, foi levada para o depósito de propriedade do indiciado Renato Dionísio, situado no Bairro Cruzeiro do Anil, nesta capital”, relata a peça policial.

O material era distribuído de acordo com determinações de Aderson Lago, apesar de estarem oficialmente sob a guarda da Defesa Civil. Devido a falta de critério técnico para distribuição, o então chefe do órgão, coronel Célio Roberto Pinto de Araújo, se recusou a fazer a distribuição e acabou afastado do cargo. Já em 2009, no início do período chuvoso, o próprio Célio Araújo e o então chefe da Defesa Civil, João Batista Durans, foram cobrados pela secretária Margareth Cutrim (Desenvolvimento Social) sobre os kits depois de uma visita de Jackson Lago ao bairro Salinas do Sacavém, em São Luís, onde as chuvas provocaram a morte de um casal.

“Os oficiais responderam que por determinação intransigente de Aderson Lago os kits (colchões) foram entregues no Casino Maranhense e ainda não haviam sido restituídos à Defesa Civil. De acordo com o que foi apurado nos autos, o órgão não sabe o paradeiro dos 656 itens (colchões) subtraídos”, informa o inquérito.

De acordo com a peça policial “os indiciados foram interrogados, sendo que Renato Dionísio admitiu parcialmente os fatos a ele atribuídos, enquanto que Ari, reservou-se ao direito de manifestar-se somente na esfera judicial. Já o indiciado Weverton Rocha negou tudo, inclusive afirmando que sequer tinha conhecimento que esses colchões tinham sido levados para o Casino Maranhense. O indiciado Aderson Lago, quando de seu interrogatório, fez uso do direito constitucional de permanecer em silêncio, no entanto, pediu juntada de declaração onde sequer trata acerca dos fatos a ele imputados, dizendo apenas, em resumo, que essa investigação tem natureza política”.

OS INDICIADOS:

WEVERTON ROCHA MARQUES DE SOUSA

INCIDÊNCIA PENAL: Artigo 312, § 1o, e Artigo 288, ambos do CPB

ADERSON DE CARVALHO LAGO FILHO

INCIDÊNCIA PENAL: Artigo 312, § 1o, e Artigo 288, ambos do CPB

RENATO DIONÍSIO DE OLIVEIRA

INCIDÊNCIA PENAL: Artigo 180, § 6o, e Artigo 288, ambos do CPB.

ARINALDO RODRIGUES MOREIRA, conhecido por “ARI”

INCIDÊNCIA PENAL: Artigo 312, § 1o, e Artigo 288, ambos do CPB.

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