Dengue

Maranhenses desenvolvem óleo contra larva de mosquito

Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 13h16

SÃO LUÍS - Pesquisadores da Universidade Federal do Maranhão, em parceria com a Universidade Federal da Paraíba, estão desenvolvendo um novo larvicida contra o mosquito da dengue. Para eliminar as larvas do mosquito, os pesquisadores criaram um óleo essencial extraído da Pimenta da Jamaica (planta da flora brasileira).

De acordo com o professor Silvio Carvalho Marinho, do Grupo de Pesquisa em Química Analítica da UFMA, a dengue é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) um dos principais problemas de saúde pública no mundo, principalmente nas regiões tropicais do globo. “Não existe vacina contra a doença, a melhor forma de combatê-la é atacar o vetor, eliminando os locais onde ocorre a oviposição e o desenvolvimento das larvas. Por isso, a preocupação e urgência em desenvolver um controle da densidade do Aedes aegypti, para que a doença não assuma proporções maiores”, explica o pesquisador.

O uso de extratos vegetais e substâncias naturais para combater o mosquito têm despertado o interesse da comunidade científica. Os óleos essenciais são misturas químicas complexas, formadas, às vezes, por mais de 100 componentes. Diferentes partes das plantas têm sido usadas para obtenção do óleo essencial: flores, folhas, sementes, raízes, frutos, cascas, rizomas e tubérculos.

Segundo o pesquisador, os prejuízos causados pela dengue no Brasil tornam de suma importância à descoberta de novos métodos de combate ao seu vetor. “Dessa forma, pelo fato de muitas plantas, por natureza, serem tóxicas para os mosquitos, os óleos essenciais podem representar uma saída eficiente para o problema. Nesse contexto, surgiu a idéia de se determinar a atividade larvicida do óleo essencial extraído de uma planta da flora brasileira contra as larvas do mosquito”, afirma.

Solução Larvicida

Os pesquisadores depositam a solução onde as larvas possam se desenvolver, como pratos de vasos de plantas, pneus, garrafas mal acondicionadas, entre outros, pois o mosquito adulto utiliza-se preferencialmente de depósitos artificiais de água limpa para colocar os ovos. “ Os resultados obtidos foram excelentes, mostrando que o óleo

essencial das folhas da pimenta que tem o composto eugenol como majoritário, tem poder larvicida”, explica o pesquisador.

A pimenta da Jamaica, cujo nome científico é Pimenta dioica Lindl, pertencente à família Myrtaceae, é uma árvore de aproximadamente 15 metros e tem origem na América Central. No Brasil, a planta pode ser encontrada em grande escala na Bahia. A pimenta possui um óleo essencial de grande valor econômico no mercado internacional, devido ao elevado teor de eugenol, composto majoritário do óleo essencial que possui efeito comprovadamente analgésico e antipirético. “A espécie vegetal utilizada na pesquisa é conhecida da comunidade científica. Alguns estudos realizados com os óleos essenciais extraídos, tanto das folhas quanto dos frutos, têm mostrado resultados interessantes”, afirma Silvio.

As informações são da Assessoria de Comunicação da Ufma.

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