Contaminação

Diesel derramado no rio Itapecuru

O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 13h32

SÃO LUÍS - A contaminação do igarapé Nogueira com o óleo diesel atingiu diretamente os povoados de Ingá e Garrafinha, que ficam à margem do afluente e sobrevivem da pesca de subsistência, que foi afetada pelo acidente.

“Tivemos que suspender inclusive a pequena venda que temos de peixes aqui no município. São poucos pescadores, mas acabaram afetados, sim”, confirmou Paulo Coelho, comentando que a população ainda está assustada com o acidente. Moradores da região ribeirinha, por exemplo, reclamam que os peixes estão com gosto de óleo, apesar de não haver mais, segundo o secretário, indícios da substância no rio.

Uma das preocupações principais em relação à contaminação do rio Itapecuru pelo óleo diesel está ligada ao fornecimento de água feito pelo Sistema Italuís, que abastece 60% da capital maranhense. Porém, a distância de cerca de 80 km que a separa de Cantanhede, diminuiu o risco, segundo a Assessoria de Comunicação da Companhia de Águas e Esgotos do Maranhão (Caema).

De acordo com o órgão, que enviou equipes ao local logo após o acidente, não há riscos do acidente causar problemas ao sistema de abastecimento de água.

Informações mais precisas sobre os verdadeiros impactos ambientais causados pelo acidente com o trem da Companhia Ferroviária Nordeste só poderão ser conhecidos após um laudo ambiental que está sendo elaborado por técnicos do Ibama. Após o contato da Prefeitura de Cantanhede, o órgão enviou dois técnicos ao município para avaliarem a situação.

Responsabilidades

O Ibama, de acordo com uma nota divulgada ontem, também terá responsabilidade por providências futuras em relação ao acidente, inclusive autuando a empresa CFN de acordo com a Lei de Crimes Ambientais n° 9.650/98, Artigo 54, que diz que é crime causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora.

A Assessoria de Comunicação da Companhia Siderúrgica Nacional, que responde pela CFN, informou que as medidas corretivas e preventivas possíveis já foram tomadas, já tendo retirado o óleo que foi derramado, mensurado por eles em apenas 5 mil litros.

Com isso, no momento, eles estariam recuperando apenas a área contaminada. De acordo com informações da CFN, uma equipe especializada navegou o rio Itapecuru até a foz, não encontrando resíduos de contaminação decorrentes do acidente. Ainda segundo a assessoria, o motivo do descarrilamento ainda está sendo apurado por uma comissão interna.

A Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) adiantou apenas que o órgão enviou técnicos a Cantanhede também na segunda-feira, para avaliar o acidente e depois divulgar um laudo ambiental sobre os impactos, mas não publicou nota oficial sobre o assunto.

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