Babaçu

Babaçu: queimada do fruto prejudica produção maranhense

Atualizada em 27/03/2022 às 13h33

PINDARÉ - A mais antiga e única empresa de beneficiamento de amêndoa de babaçu em funcionamento no Estado, Oleaginosas Maranhenses S/A (Oleama) aguarda com expectativa o início da safra, previsto para agosto. Durante os próximos sete meses, a Oleama espera trabalhar mensalmente com, no mínimo, um milhão de quilos de amêndoas de coco para atender tanto a produção dos óleos vegetais (babaçu com fins industriais e alimentícios), matéria-prima para sabões e produtos de limpeza em geral quanto para à revenda do produto.

O setor ainda sente o efeito das queimadas do coco na região do Pindaré, iniciada há mais de quatro anos, e intensificada no ano passado, com objetivo de alimentar os fornos das guserias instaladas na região. De acordo com informação do supervisor administrativo-financeiro da Oleama, Luiz Carlos Peixoto, em 2008, a compra do babaçu foi de pouco mais de um milhão de quilos. O que representa 68% a menos da quantidade comprada no mesmo período de 2007. “Apesar da suspensão da Secretaria do Meio Ambiente da licença para produção do carvão mineral por tempo indeterminado, temos informações de que as queimadas continuam”, enfatizou o executivo.

Atuando há quase 50 anos no mercado maranhense, a Oleama consolidou-se na área de produtos voltados para a limpeza (sabões extrusados, sabão de coco, desinfetantes, amaciantes), higiene pessoal (sabonetes) e óleos alimentícios. Os produtos, além de serem comercializados em todo o Maranhão, estão presentes também nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. “A participação em rodadas de negócios e Feiras como a 2ª Feira de Negócios e Atacado, que acontece desde o sábado no Multicenter Sebrae são importantes para a divulgação dos produtos”, ressaltou Haroldo Ramos, gerente geral de vendas da Oleama.

As queimadas, além de degradarem o meio ambiente, trazem conseqüências econômicas tanto para as indústrias quanto para as comunidades próximas aos babaçuais. Do babaçu, tudo é aproveitado. Com a queimada do fruto, os coletadores e as quebradeiras não têm o controle do uso do amêndoa e perdem a oportunidade de aumentar sua renda extraindo outros subprodutos do coco (azeite, óleo, mesocarpo). Enquanto que para as indústrias, no caso da Oleama, em 2007, a produção de óleo vegetal foi reduzida em 70% por falta de amêndoa, o que significa que 7.500 toneladas de óleo deixaram de ser produzidas.

Como medida para conter a queima do babaçu, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA) suspendeu, desde abril deste ano, por prazo indeterminado a liberação de licenças para fabricação de carvão vegetal a partir da casca de babaçu. A medida tem por objetivo impedir também que siderúrgicas do Pará sejam abastecidas com carvão vegetal oriundo do Maranhão. De acordo com informações do Instituto Brasileiro de Maio Ambiente e Recursos Renováveis, não existe lei específica que proíba o beneficiamento e transporte de carvão de coco babaçu. Existe a lei estadual nº 4734, de 1986, que proíbe a derrubada de palmeiras, a extração de palmito, a queima de palmeiras e o uso de herbicidas para derrubada de palmeiras.

Com informações da Assessoria de Comunicação da Oleama.

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