SÃO LUÍS - O deputado federal Flávio Dino (PC do B) passou por grande constrangimento ontem durante oitiva de testemunhas no TRE. Principal advogado do governador Jackson Lago (PDT), ele foi citado como um dos beneficiários do esquema de distribuição eleitoreira de recursos públicos, através de convênios liberados pelo ex-governador José Reinaldo (PSB), cujo objetivo era irrigar a campanha dos membros da "Frente de Libertação do Maranhão".
A denúncia foi feita durante o depoimento de Fernando de Jesus Lima Oliveira, morador da rua Antenor Viana, em Caxias. A testemunha afirmou que o prefeito Humberto Coutinho, em comício ao lado da mulher, a deputada Cleide Coutinho (PSDB), e o deputado comunista fez promessas e depois as cumpriu em troca de votos para o pedetista.
"Durante o comício, o prefeito perguntou aos moradores o que eles queriam para votar em Jackson Lago. A reposta foi casa e asfalto. Humberto Coutinho então construiu um bairro todinho. Foram mais de mil casas. Vários primos meus ganharam uma", disse o morador.
Fernando Oliveira foi além. Afirmou que pouco depois o prefeito, a mulher e Flávio Dino estiveram no povoado Baú com a mesma estratégia. Lá o "prêmio" para votar no governador foi um transformador de energia elétrica para mover uma casa de forno.
Diante da insistência do juiz em querer saber detalhes do caso, a testemunha não se conteve. "O Flávio Dino está aqui e poderia responder", declarou. O deputado-advogado se irritou e pediu respeito ao morador.
Mais tarde ele chegou a requisitar a prisão do depoente por falso testemunho, sem sucesso. "Em relação a Caxias, o deputado Flávio Dino não é a pessoa mais indicada para falar do assunto porque foi beneficiário da farra dos convênios", reforçou o advogado Heli Dourado, da coligação "Maranhão-A Força do Povo".
Em conversas reservadas que manteve em seguida, o deputado disse que os advogados de acusação "armaram" a situação apenas para constrangê-lo."Vocês vieram na minha jugular", reclamou.
A audiência será retomada neste sábado pela manhã com o depoimento do deputado Julião Amim (PDT), da ex-secretária Helena Duailibe (Saúde), do prefeito Humberto Coutinho (Caxias), do ex-prefeito Milton Gomes (Grajaú) e do vereador João Menezes de Santana (João Lisboa).
Também arrolado como testemunha do governador, o jornalista Lourival Bogéa não compareceu à audiência.
Leia mais no blog do jornalista Décio Sá.
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