SÃO LUÍS - Há 25 anos, completados ontem, foi determinada à criação, a partir do Decreto Federal nº 88.136 de 1º de março de 1983, de um Centro de Lançamento no município de Alcântara. Para lembrar a data, a partir da próxima sexta-feira ( 7) serão iniciadas uma série de atividades alusivas às comemorações do Jubileu de Prata, como o lançamento de selo comemorativo, concursos de fotografia e redação dentre outras. A programação será encerrada em fevereiro de 2009.
Quando foi criado o Centro de Lançamento de Alcântara ( CLA) , a intenção era de executar e apoiar atividades espaciais, testes científicos e experimentos da política nacional de desenvolvimento espacial. O empreendimento era considerado a consolidação para o Programa Espacial Brasileiro e simbolizava a entrada definitiva do país ao mercado espacial em expansão. Passados os anos, o CLA vive um período de modernização e adequação para os grandes centros. Só ano passado, a Agência Espacial Brasileira (AEB) investiu cerca de R$ 30 milhões para modernização das salas de controle e monitoramento de satélites. Em 2008, o orçamento inicial foi de R$ 18 milhões para a infra-estrutura dos escritórios de São Luís, Alcântara e Raposa. “As ações têm por objetivo garantir o cumprimento da missão do CLA, qual seja, preparar, lançar e rastrear veículos espaciais não tripulados. Alguns dos sistemas implantados possibilitarão a melhoria da previsão meteorológica para a região, o que poderá ser utilizado para a aviação civil, agricultores, pesquisadores”, explica o coronel Nilo Andrade,diretor do CLA.
Novos procedimentos de segurança também fazem parte da modernização do Centro. Desde o acidente em 2003, que teve como saldo a morte de 21 técnicos e engenheiros, novas medidas foram adotadas para as atividades de lançamento, com base em orientações de técnicos russos e com normas adequadas ao novo regulamento de segurança espacial da AEB. “Diversas medidas foram adotadas visando aprimorar os procedimentos de segurança do CLA durante a realização do preparo e do lançamento propriamente dito, tais como a análise prévia de riscos das atividades executadas durante a integração e montagem do veículo”, disse Nilo Andrade.
Segundo o diretor do CLA, essas mudanças são fundamentais para que o Brasil possa competir no mercado mundial de tecnologia aeroespacial, sendo um referencial para a realização de atividades de lançamentos. “O CLA está em processo de capacitação e modernização de suas instalações e sistemas para ter condições de prestar serviços a clientes nacionais e internacionais. Essa preocupação se faz necessária devido à grande competitividade e seletividade no mercado de lançamento de foguetes”, avaliou.
Além das comemorações dos 25 anos, a expectativa do CLA este ano é sobre o início das obras de reconstrução da plataforma para lançamento do Veículo Lançador de Satélites (VLS), que foi autorizada no final do ano passado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A obra é essencial para o desenvolvimento do projeto da empresa binacional Alcântara Cyclone Space, necessária para o cumprimento do prazo de lançar a partir do CLA o modelo de foguete ucraniano Ciclone 4 no primeiro semestre de 2010. Paralelo às obras de modernização, o Centro não interrompeu as atividades. Para este ano, estão previstas duas campanhas de lançamento do foguete VSB-30, protótipo desenvolvido por técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais ( INPE), considerado apto para comercialização. O último vôo do VSB-30 no CLA, em julho de 2007, qualificou o modelo do foguete.
As campanhas de lançamento a partir do CLA, além de movimentar o Centro com atividades espaciais, têm a intenção de atrair parcerias internacionais, a exemplo da Ucrânia. As parcerias são fundamentais para o desenvolvimento de um projeto audacioso da AEB, que é a expansão do Centro - que será transformado num complexo de pesquisas, desenvolvimento de satélites - e a construção de sítios de lançamentos que seriam alugados pelo Brasil para outros países que desenvolvem satélites, mas que não possuem espaços para testagem.
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