Esclarecimento

Peritoró: prefeito fala sobre a matança de jumentos

Acélio Trindade, para o Imirante.

Atualizada em 27/03/2022 às 13h45

PERITORÓ - Peritoró virou centro das atenções na região dos Cocais depois de uma polêmica formada em torno do sacrifício de jumentos ocorrido no período de carnaval, no chamado km 36, que, apesar da proximidade com o centro urbano, é considerado área rural do município.

Os animais foram apreendidos numa operação da Polícia Rodoviária chamada Porteira Fechada, determinada pela 18ª Superintendência Regional de Polícia Rodoviária Federal que tinha por objetivo recolher animais soltos nas rodovias federais que passam pelos municípios de Santa Inês e Peritoró, no período de 29 de janeiro a 03 de fevereiro. Até este ponto, tudo bem. A polêmica apareceu depois que sindicatos e a Câmara de Vereadores de Peritoró denunciaram à imprensa que cerca de 200 jumentos teriam sido mortos com requintes de crueldade. O parlamentar da cidade, Sandro Montenegro, por exemplo, é um dos mais revoltados com o fato. Ele informou que uma manifestação de rua, onde moradores de Peritoró protestavam contra o fato, foi realizada no último domingo, 10, e sustenta que a Câmara pretende entrar na justiça para responsabilizar o prefeito, Josias Lima de Oliveira. “A Câmara vai ter que fazer o trabalho dela que é entrar com um processo contra o prefeito para que seja responsabilizado pelo ato que ele cometeu. Na nossa opinião e na opinião de quem esteve aqui presente a responsabilidade é única e exclusiva do prefeito”, disse Montenegro.

Quem afirma ter estado presente no local na hora do sacrifício dos animais, como o lavrador, João Eudes Frazão dos Santos, não sabe dizer quantos, exatamente, foram mortos, mas diz que o número anda longe dos 200 propagados inicialmente. “Uns 41 animais, por aí. Porque veio três cambos de lá, cada um com cinco animais e duas carradas descidas pra cá, então, francamente, uns 41 por aí, ne!?” disse com ar de dúvidas o lavrador.

Mas ninguém responde diferente quando perguntado sobre a forma como alguns animais foram sacrificados, o principal ponto da polêmica. Gildean Andrade Silva, lavrador, afirma que viu a morte de um jumento com o uso de um machado. “Muitos foram mortos assim, a machadas. A coisa mais triste do mundo”, afirmou.

A Prefeitura Municipal entra na confusão, que ganhou cunho político-partidário com enorme velocidade, porque na parceria com a Polícia Rodoviária Federal é ela a responsável por dar fim aos animais apreendidos, doando ou sacrificando os que apresentarem sintomas de doenças como anemia infecciosa eqüina e a mormo. Os dados oficiais apresentados pelo responsável pelo Departamento de Controle e Avaliação da Secretaria de Saúde, Jean Carlos Aguiar de Almeida, mostram uma realidade totalmente diferente da levada ao conhecimento do público anteriormente.

A começar pelo número de animais. “Foram entregues pela Polícia Rodoviária para a secretaria de saúde 68 animais. Dados oficiais da polícia rodoviária federal, dos quais 22 foram sacrificados com laudo de veterinário, 32 doações, 4 ainda se encontram no curral e 10 (jumentos), devido ao tumulto feito por alguns adversários políticos do prefeito, fugiram. Na operação da PRF foram pegos 66 jumentos, um burro e um boi. Não é verdade esta história de 200 animais sacrificados”, esclareceu Gean Carlos.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.