CODÓ - Foi realizada na última sexta-feira, 30, em Coroatá, a eleição simulada do projeto “Eleitor – Meu Candidato Preferido” criado pelo juiz de direito, Alexandre Lopes de Abreu, daquela Comarca (8ª zona eleitoral). Esta fase do projeto de conscientização de adolescentes quanto a participação deles na vida política envolve estudantes entre 15 e 17 anos, que ano que vem estarão entre 16 e 18 anos, aptos a votar.
Quem está envolvido diretamente experimenta diversas situações.”Nós incentivamos a juventude que vai votar pela primeira vez a participar de um processo de eleição simulada onde eles vão experimentar, conhecer todo o processo que passa pela discussão, passa pela propaganda, passa pelo voto na urna eletrônica”, explicou o juiz.
Na culminância do projeto, um debate entre alunos lotou o auditório de uma escola de Coroatá. De um lado, quem era a favor do voto aos 16 anos de idade. Do outro, os contrários. Além de pesquisar, para fortificar suas defesas, os adolescentes tiveram que apresentar testemunhais de professores do município para conquistar os futuros eleitores a favor das teses defendidas por cada lado do debate.
Elielton Fernandes dos Santos, aluno do terceiro ano do ensino médio, defendeu que os jovens eleitores são apenas formas de beneficiar políticos.”Eu não concordo com o voto de menores de idade. Na sociedade atual, o adolescente está servindo apenas para beneficiar políticos. Eu seria até a favor do voto adolescente desde que ele ganhe outros direitos para que seja mais reconhecido dentro da sociedade”, defendeu Elielton. Diferente era a defesa de Raimundo Santos."Devemos votar primeiramente porque devemos está inclusos em um projeto político-social. O jovem não é imaturo e nós podemos mudar esta situação provando que somos capazes intelectualmente de representar a nossa cidade, o nosso estado, a nossa nação", explicou.
Depois de ouvir o debate entre 10 alunos, centenas formaram filas e partiram para o contato direto com duas urnas eletrônicas onde decidiriam, conscientemente, se eram contra ou a favor do voto aos 16 anos – votando sim ou não e confirmando no botão verde. Houve quem se emocionasse ao primeiro contato com a urna eletrônica."Foi interessante por seu meu primeiro contato com a urna, fiquei um pouco nervoso. Se fosse muitos candidatos ficariam até difícil pra votar", revelou o adolescente Cleiton Freire, de 14 anos.
Depois, na presença de grandes nomes do Direito Eleitoral do Estado, entre eles o presidente do Tribunal Regional do MA, Desembargador Jorge Rachid Mubarak Maluf, foi lançada uma cartilha que orienta sobre o eleitor, o candidato, sobre legislação eleitoral e muitos outros temas que surgiram de dúvidas da própria comunidade de Coroatá.
Para elaborar a cartilha o juiz saiu de casa em casa, com a ajuda dos adolescentes, coletando dúvidas para respondê-las e orientar os coroataenses no pleito que se aproxima.”Eu acho de suma importância esse trabalho que o Dr. Alexandre vem desenvolvendo aqui. Vejo na liderança dele uma importância infinita. Há a necessidade de que o jovem tenha consciência do que seja cidadania. Eu não tive, na minha juventude esta oportunidade que eles estão tendo, na época cidadania era até nome feio. Não tínhamos idéia do que o título de eleitor representava, por isso este trabalho é por demais importante”, disse o presidente do Tribunal Regional Eleitoral.
O desembargador Jorge Rachid também afirmou que é possível que a experiência elaborada pelo juiz da comarca de Coroatá seja estendida à todo o Maranhão.
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