Expansão

Turismo faz expandir área hoteleira em Barreirinhas

O Estado do Ma.

Atualizada em 27/03/2022 às 13h50

BARREIRINHAS - Antônio Carlos Pereira Ferreira deixou a lida com a lavoura e o gado e tornou-se, há sete anos, proprietário da Pousada Tia Cota. Camilo Juliani há duas décadas trabalha em grandes redes hoteleiras- há dois anos gerencia o Lençóis Flat Residence, da rede Solare Hotéis. A Pousada Tia Cota era a casa da família. O Lençóis Flat é um investimento milionário de uma empresa que possui uma dezena de hotéis e flats, inclusive em São Luís. A pousada e o flat são o retrato de uma cidadezinha saindo da fase de ex-lugarejo. Barreirinhas (260 km da capital) se desdobra, a cada dia, para se tornar um destino turístico digno da exuberância que é o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.

Porta de entrada para os Lençóis - lugar onde o sol faz com que as areias brilhem em matizes de metais nobres e assanha as águas das lagoas com tons fluorescentes - Barreirinhas convive com um boom turístico infindável. “Barreirinhas é um destino em fase de consolidação. Tem grandes investidores chegando. Ainda há muito pra ser feito”, declarou Camilo Juliani.

Além do Lençóis Flat e da pousada Tia Cota, existem outros 41 empreendimentos hoteleiros na cidade. Número que se altera diariamente. Há resorts, hotéis, flats e pousadas para todo os gostos e bolsos. As diárias variam de R$ 20,00 – apartamentos triplos – até R$ 200,00 em média. Existem desde hotéis com salas de ginástica, jogos e de massagem, até pousadas que permitem aos hóspedes colher frutas nos quintais. Outros foram cenários de novelas globais.

Desde que foi inaugurado, o Lençóis Flat tem mantido uma média de 42% na taxa de ocupação. No fim de semana passado – prolongado pelo feriado do dia 15 – 500 hóspedes estiveram no hotel. “Temos tido uma demanda muito interessante, resultado do trabalho de divulgação que o próprio grupo realiza com os mercados emissores de turistas para Barreirinhas e com as operadoras que trabalham conosco”, ressaltou o gerente do Lençóis Flat, que possui 242 apartamentos.

Na pousada Tia Cota, os 10 apartamentos foram todos ocupados. “Dá pra se manter. O fluxo de turistas é bom o ano inteiro. Não temos esse problema com a baixa ou alta estação. Temos contratos com empresas prestadoras de serviços e sempre temos hóspedes”, garantiu o dono da pousada.

Demanda

A alta estação para o turismo em Barreirinhas ocorre nos meses de fevereiro, junho, julho e agosto. Há ainda fluxos regulares em janeiro, setembro e dezembro. Os outros períodos são sazonais e atingem toda a cadeia de turismo na cidade. “A demanda turística em Barreirinhas está sempre oscilando. Vivemos períodos de baixa e de alta e a gente tem que se virar. Já pensei em ir embora. Vou esperar mais seis anos. Tem a eleição das Sete Maravilhas Naturais do Mundo. Se os Lençóis Maranhenses vencerem, acredito num outro rumo. Vai bombar”, disse Gilson Oliveira, que há 21 anos trabalha no setor, e há dois é proprietário da Pousada Beira-Rio.

Nos meses de agosto e setembro – que são as férias européias –, o dono da Pousada Beira-Rio teve um acréscimo de 30% na hospedagem. “Ganhamos esse período de alta que é o mês de agosto e parte de setembro com a vinda dos turistas europeus. Em 2006, a taxa de ocupação foi de 40% e este ano cheguei aos 70%. Mas Barreirinhas é um destino não consolidado”, afirmou Oliveira.

A família de Carlos Lins é pioneira em hotelaria na cidade. Há 20 anos, eles criaram a Pousada Lins. Hoje, além dele, a esposa e o filho Carlos Aurélio administram o negócio. “Estamos sempre lotados. 85% dos nossos hóspedes são paulistas, seguidos por pernambucanos, baianos e cariocas. Recebemos muitos estrangeiros e a nossa propaganda quem faz é o hóspede que se hospeda na Pousada Lins”, disse Carlos Aurélio. No último fim de semana, a ocupação foi de 60%, considerada baixa pelos proprietários.

Ao criar a Pousada Lins, há duas décadas, Carlos Lins afirmou que não havia nenhuma divulgação de Barreirinhas. “Nós aqui não tínhamos nada. Depois da inauguração da estrada, em 1999, houve um boom no fluxo turístico”, disse o empresário.

A gangorra na taxa de ocupação do setor hoteleiro em Barreirinhas dá o tom nos discursos de gerentes e empresários. Fabiana Maccario, gerente do Hotel Rio Preguiças, aberto há cinco anos, afirmou que teve meses horríveis nesta temporada. “O mês de fevereiro foi um dos piores meses. Foi horrível. O melhor momento para nós foram os de 2003 e 2004. Teve muita promoção, divulgação, houve as novelas. Agora a ocupação é razoável. 95% dos hóspedes vieram das agências”, contou a gerente.

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