CODÓ - Em todas as regiões do município de Codó há crise envolvendo falta de água potável nesta época. A comunidade de Poraquê, há 34 kms do centro da cidade, localizada às margens da estrada que leva ao Distrito de Cajazeiras sofre há décadas com o problema.
Para cerca de 45 famílias existem dois açudes. Em um deles, toma-se banho e lava-se as roupas com um certo cuidado para não prejudicar o rebanho bovino a pedido de quem gerencia a fazenda.“É todo tempo puxando água pra fora porque não tem como lavar dentro que o gado bebe e não pode beber água de sabão, tira tudo pra fora da água, pra lavar a roupa fora”, disse a aposentada Francisca Maria de França.
“É muita lama", diz moradora
O outro açude de Poraquê é usado, exclusivamente, para beber. Isso mesmo, sem poço manual ou artesiano, é do açude que todos bebem. Ao primeiro olhar, logo se nota que a água e imprópria para o consumo humano – tem cor amarelada e cheiro que os moradores acham que vem da lama, nesta época ainda mais evidente. Domingas da Silva Santos, explica como todos fazem para amenizar os riscos à saúde. “Nós botamos no botijão para a água assentar e podermos beber porque é muita lama. Pra gente pegar logo e botar no pote faz muito mal. Nós temos medo sim, mas não tem como beber água limpa. É para o açude mesmo, nós bebemos, banhamos. Muitas vezes gente pesca dentro da água de beber, banha, lava tudo lá dentro”, afirmou com indignação.
Para com as crianças o cuidado é redobrado, diz a lavradora Deusimar Ribeiro da Costa. “Eu busco a água cedo, antes dos animais entrarem nela, coloco dentro de um balde pra gente banhar as crianças meio dia. E não é toda hora que banha não por causa da água que é quente e os bichos banham dentro, fica mais ruim por isso”, justificou a lavradora.
Água de poço, só pagando
Quem quer água que não seja do açude, paga Françuilton de Sousa Silva que vai buscar em outro povoado. “Eles pagam, eu cobro R$ 1,00 de cada um porque eu não vou deixar o trabalho perdido. Eu tenho de puxar água. Tem uma mulher que me deu oito botijões para eu buscar e ela paga por mês. Se não fizer isso, fica sem água”, esclareceu o jovem lavrador.
As promessas
Há quem viva em Poraquê há mais de 14 anos, como Josué da Conceição dos Santos, sempre ouvindo promessas de que um poço artesiano será aberto no povoado. “A promessa vem de muito tempo. Há muito tempo vêem falando de botar água aqui. Se aparecer uma doença aí, ninguém sabe do que é mesmo e é o jeito beber daqui. É uma situação ruim para nós todos que moramos nesse setor” , reclamou Josué.
O secretário de Obras, Hildemberg Oliveira, informou que para amenizar a situação de falta de água potável no interior de Codó o governo municipal está construindo e entregando 33 sistemas de abastecimento, que inclui a abertura do poço artesiano e a rede de distribuição para as casas.
Poraquê não está na lista, oficialmente, mas poderá ser beneficiado por extensão de um povoado próximo que receberá água potável.
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