Educação

Educação Inclusiva é deficiente em Codó

No município existe uma única escola pública que recebe portadores de deficiência.

Acélio Trindade, para o Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 13h55

CODÓ - A inclusão em escolas convencionais, de crianças e adolescentes portadoras de necessidades especiais em Codó é lenta, quase insignificante diante da realidade dos especiais codoenses. No município existe uma única escola

pública que recebe portadores de deficiência - a Clodomir Millet, da rede estadual de ensino, situada no bairro São Francisco.

Nesta escola encontramos uma sala reservada com cerca de 11 alunos. Mas nao há deficiências do tipo auditiva ou visual, que necessitam de uma capacitação maior por parte dos educadores. A professora, Ariane Silva, há três anos lidando com estes alunos, explica que são crianças vindas de outras escolas convencionais onde diagnosticaram sobre elas uma leve deficiência mental acompanhada de uma certa dificuldade de aprendizagem.

"Eles (professores de escolas) sempre mandam para cá ou então para a Pestalozzi que é uma escola específica para portadores" explicou.

A sala deles é serparada das demais, a inclusão, disse a professora está na forma de trabalhar a educação."Em primeiro lugar a paciência, é necessária pra gente estar lado a lado com eles e segundo é a metodologia que a gente usa no próprio ensino regular. Se é para incluir, então nós temos que trabalhar normalmente senão eles nunca vão ser inclusos.

Costumo dizer que aqui nós não temos deficiência, apenas uma dificuldade que, se nós nos dedicarmos, logo ela será superada e isso funciona" afirmou Ariane Silva.

Uma vez superando a deficiência na aprendizagem, os alunos, considerados especiais, vão para salas convencionais como a da professora, Marlene da Silva Sousa. Ela tem 49 alunos, quatro deles sairam da sala dos com leve deficiência mental. Mas a professora confessa que se fossem mais alunos com necessidades especiais, ela teria dificuldades. Pois Estado e município não se preocupam em capacitar os doscentes para esta experiência.

"Dá pra gente trabalhar, mas é difícil porque você tem que ter um trabalho voltado, principalmente, para aquele aluno que tem mais dificuldade especial e isso, de certa forma, vai tornar o trabalho lento com os outros. Precisa-se de uma boa capacitação e de material adequado" reclamou.

Mas algo muito interessante já acontece na Clodomir Millet. A consciência dos alunos tidos como normais já é totalmente inclusiva. Eudes Juan Pereira Matos, de 11 anos apenas, já aprendeu a maior lição quando o assunto é

respeito aos colegas. Na sala dele não há mais distinção, todos são especiais."Brincadeiras normais, conversas. Eles têm alguma deficiência e é claro que eles não vão gostar que fiquemos caçando conversa com eles, brincadeiras de mal gosto. Eles gostam que tratemos eles assim e nós estamos tratando" disse o estudante.

Em Codó existe a escola Lalá Ramos, mantida pela Sociedade Pestalozzi, que cuida de mais de 100 portadores de necessidades especiais com diversas deficiências - física, mental, auditiva e visual. Esta cuida exclusivamente desse público. No Brasil, estima-se que 5,8% das crianças e adolescentes com idade entre 7 e 14 anos apresentam algum tipo de deficiência.

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